Antes mesmo que os primeiros pingos de chuva começassem a cair, Babu e Bela começaram a cavar um buraco na terra. Quando estiver cheio d;água, servirá de ;piscina; de lama para que os dois elefantes brinquem e cubram o corpo, de forma a espantar os insetos.
Os dois elefantes africanos em exibição no Zoológico de Brasília têm, aproximadamente, 17 anos. São bastante jovens, considerando que a longevidade do animal em cativeiro chega a sete décadas. Babu ainda nem possui a característica principal da espécie, que faz desse tipo de elefante objeto de cobiça de caçadores ilegais: as longas presas na mandíbula superior. Ambos chegaram ao DF diretamente do Park Kruger, na África do Sul.
As personalidades são bem diferentes. Enquanto Belinha, como a fêmea é chamada pelos tratadores e veterinários, é tranquila, Babu é bastante temperamental. Só um tratador pode com ele. Walter Pereira Lima, 63 anos, 40 deles dedicados ao zoo de Brasília, é o único a chegar perto de Babu. ;Quando a gente tem um filho, não tem medo dele. E esses animais são como meus filhos. A gente fica mais perto deles do que da família, passa mais tempo com eles;, conta seu Walter, que só evita o elefante macho na época do cio.
Diferentemente dos outros animais, o macho da espécie entra no cio. Quando isso ocorre, uma substância odorífera é excretada e escorre pelas têmporas. É uma fase de muita agressividade. Belinha deixa de lado a meiguice e enfrenta Babu, que, ousado, tenta se aproximar. ;Ele fica insuportável;, admite Walter. A chefe do Setor de Mamíferos, Clariana Sousa Gelinski, lembra que é preciso muita cautela para tratar dos elefantes: ;Mesmo que ele esteja só brincando, se der uma trombada, pode quebrar os ossos da pessoa;, diz.
Quando não está no cio, mas, mesmo assim, aparenta nervosismo, seu Walter chega perto de Babu e o animal se aquieta. Já Belinha tem outra mania. Se alguém mexer na caixa de comida, ela fecha a boca. E, aí, nem o seu Walter consegue resolver a questão.