postado em 12/01/2010 16:25
A sensação dura poucos segundos, mas, mesmo assim, não deixa de ser desejada. Muitas mulheres passam anos em busca dessa explosão, pois, diferentemente do que acontece com os homens, o caminho feminino para alcançar o orgasmo é longo e delicado. E, de acordo com especialistas, não está ligado à complicada descoberta de uma simples área dentro do corpo. Na semana passada, um grupo de cientistas britânicos chegou à conclusão de que o famoso ponto G não passa de um mito. Terapeutas ouvidos pela reportagem garantem que a questão é irrelevante. O importante, dizem, é a mulher assumir o controle da sua sexualidade e saber tirar proveito disso.
Não conseguir chegar ao ápice do prazer em uma relação sexual pode ser um problema físico ou psicológico. As anomalias perceptíveis no órgão reprodutor feminino são raras e, geralmente, impedem que a mulher até mesmo comece uma atividade sexual. Nesse caso, é importante procurar um médico. Problemas como o vaginismo (contraçãoinvoluntária dos músculos da vagina que impede a penetração), por exemplo, podem ser identificados pelo ginecologista.
Mais do que uma questão puramente física, porém, o prazer está relacionado a aspectos psicológicos. "Nos meus anos de experiência com atendimento de mulheres, posso dizer que o problema é, de longe, muito mais psicológico. O pouco aprendizado e a falta da vivência sexual e erótica são as causas dessa anorgasmia feminina", afirma Oswaldo Rodrigues Júnior, psicólogo e terapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade.
Segundo ele, a explicação para a dificuldade que algumas mulheres têm para atingirem o orgasmo pode estar no passado. Rodrigues Júnior lembra que, até há pouco tempo, a sexualidade era um meio exclusivo de reprodução humana e, para reproduzir, a mulher não precisava gostar de sexo, nem ter prazer. "Ainda hoje, as meninas e as adolescentes não são incentivadas a valorizarem a expressão e o prazer sexual. Tocar-se, conhecer o corpo como fonte de prazer são elementos contrários amuitas ideologias, políticas e religiões", reconhece. "Com a falta do aprendizado nas duas primeiras décadas de vida, a mulher chega à idade adulta sem compreender o que fazer para produzir e facilitar orgasmos. Já com o homem, a experiência de vida é contrária, pois ele sempre será estimulado a vivenciar situações eróticas", afirma o especialista.