Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Brown acusa países de tomar negociações de Copenhague como refém

LONDRES - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, acusou nesta segunda-feira (21/12) um grupo de países de ter "tomado de refém" as negociações sobre o clima na conferência de Copenhague, em uma mensagem divulgada por seu gabinete. Brown advertiu em seu podcast, que deve ser liberado durante o dia, que é preciso aprender as lições de Copenhague e das duras negociações que aconteceram na capital da Dinamarca. "Nunca mais deveríamos enfrentar o ponto morto que ameaçou levar ao fracasso estas negociações", declarou o premier britânico. "Nunca mais deveríamos deixar que apenas um pequeno grupo de países tomem como refém um acordo global para um futuro mais verde verde", completou, sem mencionar especificamente os países. No domingo, o ministro britânico do Meio Ambiente, Ed Miliband, acusou diretamente a China de bloquear todas as tentativas de tornar vinculante um acordo sobre a redução das emissões de CO2. Mas o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou nesta segunda-feira que seu país teve um papel "importante e construtivo" nas negociações. Brown admitiu na mensagem que as negociações "não foram fáceis" e que no fim temeu que "o processo fracassasse e não tivéssemos nenhum acordo". Mas completou: "Finalmente conseguimos superar o ponto morto e, em um avanço nunca visto antes nesta escala, assegurar um acordo da comunidade internacional. Mas isto não pode ser o final. De fato, isto é apenas o início e devemos ir ainda mais longe". O acordo concluído na conferência que terminou sábado em Copenhague é um texto de mínimos que permite, pela primeira vez, envolver todos os grandes países poluidores - tanto desenvolvidos como emergentes - na luta contra o aquecimento global, mas sem fixar metas ambiciosas nem um marco vinculante.