O presidente Barack Obama chega nesta sexta-feira (18/12) à Cúpula do Clima de Copenhague com a certeza de ter transformado a política americana sobre mudança climática e em busca de garantias de verificação ante um eventual acordo.
[SAIBAMAIS]Obama passará apenas algumas horas em Copenhague, mas seus assessores acreditam que sua presença é um sinal claro de que o governo dos Estados Unidos, fortemente criticado por se opor à redução das emissões poluentes no passado, se converteu agora num líder a favor da luta contra o aquecimento global.
Inicialmente, Obama tinha a intenção de assistir a COP15 durante sua abertura, antes de ir para Oslo, para receber o Prêmio Nobel da Paz, mas decidiu mudar seus planos pela necessidade de impulsionar um acordo.
"O presidente Obama está claramente comprometido com a obtenção de um acordo sobre o clima", afirmou Joe Romm, do Center for American Progress, um instituto de análise progressista.
Obama também enfrenta obstáculos em seu país, já que o Congresso pode rejeitar sua iniciativa para lutar contra a mudança climática devido a férrea oposição dos republicanos e os temores de que um corte das emissões de gases-estufa prejudiquem a recuperação econômica.
A administração Obama já anunciou que oferecerá uma redução das emissões de 17% para 2020.
Esta cifra está muito abaixo das propostas por europeus e japoneses, mas fontes oficiais americanas deixaram claro que se deve esperar que Obama ofereça maiores reduções.
Um alto funcionário americano ressaltou que, desde que sucedeu George W. Bush em janeiro passado, Obama faz esforços sem precedentes para situar os Estados Unidos na vanguarda da luta contra a mudança climática.
A mesma fonte destacou que parte do plano de reativação econômica no valor de 787 bilhões de dólares servirá para criar uma economia verde e sustentável, gerar novos empregos baseados nas energias renováveis e limitar o desperdício de recursos.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chegou nesta quinta-feira a Copenhague e anunciou que os Estados Unidos vão contribuir com US$ 100 bilhões por ano até 2020 para um fundo que ajude os países pobres a lidar com a mudança climática, mas cobrou das grandes economias emergentes transparência de seus compromissos nesse sentido.
"Em muitas ocasiões no passado, todas as principais economias se comprometeram com a transparência. Agora que estamos tentando definir o que esta transparência significa e como podemos implementá-la e observá-la, ocorre uma marcha a ré nessa transparência e isso, para nós, é algo que prejudica todo o esforço com que estamos comprometidos", declarou a chanceler americana.
"Se não houver um compromisso sobre a transparência, consideramos que não pode haver acordo. É preciso ter um compromisso a respeito da transparência", acrescentou.
Os Estados Unidos estão preocupados em poder verificar, medir e controlar os esforços iniciados pela China em termos de mudança climática.