[SAIBAMAIS]Em meio à crise provocada pela divulgação do chamado "texto dinamarquês", novos estudos foram divulgados, mostrando a importância de que avanços significativos sejam feitos na conferência. Um deles mostra que a década atual registrará as maiores temperaturas desde as primeiras medições, em 1850. "A década 2000-2009 será provavelmente a mais quente dos registros. Mais quente inclusive que a de 1990, que, por sua vez, foi mais quente que a de 1980", afirmou Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). Ele disse ainda que os dados provisórios indicam que 2009 se anuncia como o quinto ano mais quente desde 1850 em termos de temperatura média da superfície terrestre. Os resultados definitivos serão conhecidos em março de 2010.
Em Londres, o Escritório de Meteorologia do Reino Unido divulgou dados correspondentes a centenas de estações em todo o mundo que demonstram que a temperatura da superfície terrestre aumentou consideravelmente nos últimos 150 anos (veja gráfico). O dado de maior destaque do levantamento é que a temperatura global aumentou na média mais de 0,15ºC por década desde meados dos anos 1970.
Custo
Outra pesquisa apresentada ontem aponta que um fracasso da conferência custará cerca de US$ 500 bilhões anuais à economia mundial. "Se não forem tomadas medidas imediatas para reduzir as emissões de CO2, esse é valor que será preciso para recuperar o atraso e impedir que a temperatura do planeta aumente em mais de 2ºC", declarou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka. Segundo ele, a AIE não espera que um tratado internacional obrigatório saia de Copenhague. "É impossível", afirmou.
Segundo relatório da AIE, as cidades são as principais causadoras do aquecimento global. Em 2030, as emissões urbanas representarão 76% do total mundial, contra 71% em 2006, alertou a AIE. "As autoridades locais têm um importante potencial para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e incentivar a adoção de energias renováveis. As cidades que avançaram de forma dinâmica para promover as energias renováveis obtiveram resultados estimulantes", ressaltou.
Entre as 12 cidades cujos governos locais foram mais longe que os nacionais na luta contra as mudanças climáticas, a AIE citou a ilha de El Hierro, nas Ilhas Canárias, como exemplo. Os 10 mil habitantes da ilha dependem exclusivamente da energia renovável - no caso, eólica - para o consumo de eletricidade. Bombas alimentadas pela força dos ventos levam depósitos de água que fornecem eletricidade hidráulica em períodos de consumo elevado.