Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Falta de conhecimento ainda é um dos principais entraves no combate ao diabetes

A falta de conhecimento e a resistência em reconhecer o diabetes como algo que vai acompanhar a pessoa pelo resto da vida continuam sendo os principais entraves para o combate à doença, segundo especialistas da área de saúde.

Durante as comemorações do Dia Mundial do Diabetes no Parque da Cidade, em Brasília, a infectologista Talita Andrade lembrou que a data é uma excelente oportunidade para reunir pessoas e discutir questões como o que é a doença, como ela se instala, os fatores de risco e as medidas preventivas.

;Se cada um que esteve aqui hoje e recebeu orientações puder ser um multiplicador dessas informações, vamos criar uma rede de apoio e de conhecimento em que todo mundo usa o mesmo idioma quando o assunto é diabetes;, disse.

Para a médica, as duas principais linhas de atuação devem ser impedir que o diabetes se instale e evitar os danos que a doença pode provocar ao organismo. Os grandes temores são as complicações renais, as alterações de visão e audição e os riscos aumentados de infartos e derrames.

A estudante de medicina Maria Clara Santos destacou que há "sinalizadores; do diabetes como a fome e a sede excessiva, urinar muitas vezes ao dia e a sensação de moleza, prostação ou desânimo. Outro fator de atenção é o histórico familiar, já que pessoas cujos pais, avós ou outros parentes são diabéticos apresentam maior predisposição.

;O diabetes é uma doença muito interligada com o resto. O fato de a pessoa não se cuidar em um ponto acaba descompensando a glicose;, afirmou. A estudante relatou que, em diversos momentos, presenciou diabéticos em consultórios que se interessam apenas pelos medicamentos, mas que insistem em não seguir dietas ou praticar esportes.

A nutricionista Marcela Lemos destacou como verdadeiros vilões no combate à doença os refrigerantes e os alimentos refinados ; como pão e arroz brancos. ;Não é só o doce;, lembrou. Alimentar-se a cada três horas e não pular as refeições, além de priorizar alimentos integrais, também são boas dicas para quem quer ficar longe da doença e também para quem já tem o diagnóstico confirmado.

É o caso da professora Jenilda Dias, de 61 anos, que recebeu a confirmação há apenas oito meses. ;Foi uma surpresa muito grande;, contou, ao recordar o momento em que os resultados dos exames de rotina chegaram. O primeiro sinal da doença foi detectado há três anos, quando o nível de açúcar no sangue de Jenilda já estava alto. Um irmão obeso e diabético na família deixou o diabetes ainda mais próximo.

;A maior punição para mim é não poder comer doce;, desabafou. Depois do diagnótico, a professora já perdeu 8 quilos e precisa tomar medicação duas vezes ao dia. O recado para quem quer se manter suadável é simples: ;Cuidado com o açúcar. É preciso que haja uma campanha geral para a redução do açúcar na alimentação.;