A Nasa descobriu quantidades significativas de água congelada em solo lunar, anunciou nesta sexta-feira um dirigente da Agência Espacial americana, o que que abre novas perspectivas à exploração do satélite terrestre e do sistema solar.
"Encontramos água, não pouca, mas uma quantidade importante", afirmou em entrevista à imprensa Anthony Colaprete, responsável científico da missão LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite), que custou 79 bilhõees de dólares e a que permitiu a descoberta.
Numa cratera "de 20 a 30 metros, encontramos o equivalente a pelo menos uma dezena de cubos de 7,5 litros cada um", acrescentou, destacando tratar-se dos primeiros resultados.
"A descoberta abre um novo capítulo em nossa compreensão da Lua", assinalou um comunicado da Nasa.
Os dados foram descobertos depois que a Nasa realizou dois choques sucessivos contra a superfície lunar, em 9 outubro, para investigar a presença de água.
A sonda LCROS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite) atingiu a cratera Cabeus logo após o impacto do foguete Centauro no polo sul, na face oculta da Lua.
A nuvem de pó e rochas resultante das colisões foi analisada pela sonda para detectar a possível presença de moléculas de água. A nuvem também foi analisada por telescópios de todo o mundo, assim como telescópio espacial Hubble.
O impacto enviou enorme nuvem de material a partir das entranhas de uma cratera que não vê a luz solar há quatrilhões de anos.
"A concentração e a distribuição de água e de outras substâncias requer análises posteriores, mas podemos assegurar que Cabeus tem água", acrescentou.
No entanto, os planos ambiciosos para voltar a levar astronautas americanos à Lua, em 2020, e estabelecer bases lunares humanas para a posterior exploração de Marte, como parte do projeto Constellation, estão sendo questionados.