O estresse crônico afeta o cérebro dos ratos de laboratório de tal modo que tomam decisões de memória no lugar de mudar o comportamento para obter recompensas, revela um estudo da Universidade do Minho (Portugal) publicado nesta quinta-feira na revista Science.
O estresse crônico também modifica o comportamento e a memória, e a liberação de hormônios afeta o cérebro.
Para determinar o impacto sobre a tomada de decisões, os pesquisadores portugueses submeteram a testes diferentes tipos de ratos.
Nestes testes, os ratos podiam mover alavanças para ganhar recompensas, como torrões de açúcar, e os animais estressados empurravam a mesma alavanca, mesmo que não recebessem recompensa.
O exame dos cérebros de ratos submetidos a diversos fatores de estresse durante 21 dias mostrou que duas áreas do cérebro envolvidas na tomada de decisões estavam atrofiadas.
Uma terceira zona do cérebro, que se utiliza para formar a rotina, se expandiu nos ratos estressados.
A alteração para a tomada de decisões por memória pode ser um mecanismo para ajudar os animais estressados a preservar sua energia, mas é algo "altamente contraproducente" quando anula a capacidade de adaptação às mudanças do ambiente, escreveu o autor do estudo, Eduardo Dias-Ferreira, da Universidade do Minho.