De acordo com a Organização não-governamental ; que tem como meta a conservação de animais marinhos pertencentes à classe dos mamíferos (cetáceos) ;, estão previstos pelo menos 30 cruzeiros promovidos por pequisadores durante todo o mês. Essas embarcações são essenciais para a coleta de dados que, posteriormente, irão servir de base para as linhas de pesquisa desenvolvidas pela entidade. A identificação dos membros da espécie, análises genéticas e contagem populacional, são exemplos de trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos.
Para se ter uma ideia, a estimativa populacional das baleias-jubartes que vêm ao Brasil é feita com a ajuda de um avião bimotor. ;O aparelho sobrevoa uma área que vai da faixa de areia da praia até 500 metros de profundidade, onde ficam as baleias;, explica a diretora. Uma outra linha de pesquisa, conforme Elitieri Neto, veterinário do IBJ, são as chamadas análises bioacústicas. Os sons emitidos pelos animais, que de tão melódicos são comparados à notas musicais, são gravados e avaliados pelos cientistas, de acordo com a situação. ;Esses sons são importantes para a avaliação do comportamento da baleia;, afirma Neto.
[SAIBAMAIS]Um programa de resgate de mamíferos aquáticos também tem apresentado excelentes resultados. Segundo o veterinário, nos últimos três anos foram recolhidos 35 animais encalhados, nas mediações da Bahia. As causas podem ser naturais, como no caso de algumas doenças, que podem se agravar com a poluição marinha, além da fuga de animais predadores e as condições climáticas adversas. Porém, a ação humana é, também, um fator responsável pelo encalhamento e morte de muitas baleias. Isto por conta de ocorrências, como choques entre esses animais e embarcações e distúrbios acústicos que interferem na comunicação.
Preservadas
A proibição da caça comercial das baleias-jubartes em diversos países, entre eles o Brasil, está contribuindo para o aumento populacional da espécie, nos últimos anos. Segundo Elitieri Neto, os caçadores costumavam matá-las para comercializar a carne e a gordura. ;Alguns países ainda realizam a caça científica como forma de mascarar a comercial. Os caçadores até utilizam a técnica para produzir pesquisas, porém o restante é vendido. No meu entendimento, para chegar a tais resultados não é necessário matar uma baleia;, afirma.
Uma empresa sediada no município Mata de São João (BA), onde fica a famosa Praia do Forte, realiza passeios orientados há seis anos. ;Recebemos todo o suporte do IBJ, pois é preciso saber se portar diante das baleias, para não causar nenhum problema a elas;, conta a responsável, Roberta Paes. Diariamente, nesta época do ano, a empresa coloca uma escuna por dia em alto-mar, com cerca de 40 pessoas. Antes do percurso, de mais ou menos 10 quilômetros, o grupo recebe orientações de membros do instituto. ;A embarcação fica à 100 metros de distância do local onde ficam as baleias. De lá, é totalmente possível assistir a um show de beleza;, conta. Cada passeio dura três horas, em média, e custa R$ 155.