Quarenta anos depois que Neil Armstrong caminhou pela Lua, ainda há quem acredite piamente que seu "salto gigante para a humanidade" aconteceu num estúdio de filmagem no Arizona e não na fria superfície lunar.
[SAIBAMAIS]Quem adere a esta postura de negação ou a uma das mais famosas teorias da conspiração insiste em que a Nasa chegou a limites extraordinários de gastos para montar uma alunissagem em um estúdio porque queria distrair um público cansado e decepcionado com o fracasso na Guerra do Vietnã ou porque achava que tinha de vencer a União Soviética na corrida espacial e temia não possuir a tecnologia necessária.
Ou talvez porque, simplesmente, era mais barato e menos arriscado fazê-lo num set de filmagem do que voar de verdade à Lua.
Outra teorias - como a que indica que os astronautas teriam sofrido a radiação dos cinturões de Van Allen a caminho da Lua - são usadas para dar embasamento a suas afirmações de que tudo não passou de uma grande mentira.
"A maioria das pessoas que acredita nisso usa como argumento as fotos de Armstrong e Buzz Aldrin na Lua - ou no estúdio, como insistem", explica o astrônomo Phil Plait no programa de rádio "Estamos sós?", do instituto SETI, uma entidade sem fins lucrativos com sede da Califória e cujo objetivo é tentar explicar a origem e a natureza da vida no Universo.
A primeira coisa que notam é o céu sem estrelas, acrescenta Plait no programa apresentado por Seth Shostak, outro astrônomo do SETI.
"Não há atmosfera na Lua, por isso as estrelas deveriam ser mais brilhantes", diz Plait. "Mas mesmo as fotos do céu à noite na Terra não mostrarão estrelas, a menos que sejam expostas por vários segundos - algo que não se pode fazer na Lua porque as imagens de Armstrong e Aldrin foram tiradas quando o Sol estava alto", explica.
Com a velocidae do diafragma utilizada nessas imagens, é impossível ver estrelas, seja na Terra ou na Lua, conclui o astronauta.
Os negacionistas também assinalam que a bandeira americana mostrada nas imagens de vídeo da chegada à Lua meio que parece se agitar, quando não há ar na Lua.
A ideia de que tudo não passou de uma fraude ressurgiu em 2001 quando o canal Fox exibiu o programa "Teoria da Conspiração: fomos à Lua?".
Shostak acredita, por sua parte, que é provável que os negacionistas jamais venham a mudar de opinião.
"Regressaremos à Lua e acharemos todo o material abandonado e tiremos fotos. E quem gosta de pensar que o governo dos Estados Unidos não tem nada melhor a fazer do que mostrara uma falsa alunissagem certamente dirão: ;eles também simularam misso;".