A redução da ingestão de calorias retardou o envelhecimento e reduziu o risco de doenças como câncer, diabetes e atrofia do cérebro em macacos, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
"Conseguimos demonstrar que a redução calórica pode retardar o envelhecimento em primatas", disse Richard Weindruch, professor de medicina da Universidade do Wisconsin e principal autor do estudo, publicado na edição da revista Science de 10 de julho.
"A queda de calorias reduziu por três o risco de desenvolver doenças ligadas à idade e aumentou a longevidade" dos macacos envolvidos no estudo, destacou.
Ao final da pesquisa, a metade dos animais que comeram livremente tinham morrido, enquanto 80% dos macacos que consumiram 30% menos alimentos permaneciam vivos.
Os 76 macacos rhesus selecionados para o estudo eram adultos de 7 a 14 anos. Hoje, restam 33 deles. A expectativa de vida desses animais é de 27 anos em média. O animal mais velho do grupo estudado tem, agora, 29 anos.
"A redução calórica tem um impacto forte no aumento da longevidade, se levarmos em conta a mortalidade resultante de doenças ligadas à idade", insistiu o Dr. Weindruch.
A incidência de tumores cancerosos e de doenças cardiovasculares entre os animais em estudo ficava reduzida para a metade entre os submetidos a uma restrição calórica comparada ao outro grupo. Mais importante ainda, o diabetes era totalmente ausente entre os animais submetidos a esse regime.
A saúde do cérebro desses mesmos animais mostrou-se nitidamente melhor, destacou o Dr. Sterling Johnson, neurologista da Universidade de Wisconsin.