O anti-hipertensivo com sistema de liberação controlada é resultado do trabalho de uma equipe multidisciplinar, formada pelos professores Rubén Dario Sinisterra, do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (Icex), Frédéric Jean Georges Frezard e Robson Augusto Souza dos Santos, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e por Ana Paula Nadu, doutora pela UFMG.
Os pesquisadores estão envolvidos no projeto há muitos anos e, em 2001, a patente foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. As pesquisas usam o que há de mais avançado na medicina, que é a liberação controlada de medicamentos, permitindo que o organismo absorva o princípio ativo de maneira mais lenta, com doses menores, reduzindo os efeitos colaterais e a toxicidade e aumentando a eficácia do remédio.
O professor Robson Augusto Souza dos Santos, integrante do grupo que desenvolve o medicamento, explica o funcionamento do sistema de liberação controlada: ;A substância ativa é envolta por um polímero, uma espécie de açúcar modificado, responsável pelo transporte do remédio até o estômago do paciente. Lá, além de evitar a destruição do fármaco pelas enzimas do aparelho digestivo, o açúcar modificado também controla a liberação gradual do remédio;.
O princípio ativo do anti-hipertensivo é o peptídeo angiotensina, resultado de mais um avanço das pesquisas médicas. A grande dificuldade para o uso dos peptídeos (pedaços de proteínas) como medicamentos ministrados por via oral é justamente a sua fragilidade. Sem proteção, eles são facilmente atacados pelas enzimas e destruídos antes que façam efeito. Com a proteção do açúcar modificado, a destruição é evitada e o princípio ativo tem tempo de agir e cumprir seu objetivo.