Apesar das baixas temperaturas registradas nos primeiros dias de agosto, o Instituto de Meteorologia (Inmet) prevê que as taxas devem aumentar em relação ao trimestre de julho, agosto e setembro do ano passado. A tendência é que a temperatura suba, em média, de um a um grau e meio em relação ao mesmo período de 2019.
Mesmo assim, já tem gente reclamando do frio mais intenso logo pela manhã. O educador físico Matthaus Medeiros, 20 anos, acorda todos os dias às 5h30 e sai de casa para trabalhar às 6h. “É horrível sair da cama quentinha para esse frio logo cedo, principalmente nesse horário que acordo. A ponta dos dedos e a ponta do nariz chegam a doer”, relata.
Segundo o meteorologista Mamedes Luiz, na segunda quinzena de agosto os dias começam a ficar mais quentes e, em setembro, a tendência também é que as temperaturas subam e que a umidade relativa do ar fique abaixo dos 30% nas horas mais quentes do dia.
Em relação à previsão para esta semana, a temperatura mínima pode ficar entre 12ºC e 11ºC até sexta-feira (7/8). A máxima não passa de 25ºC. Já, a umidade relativa do ar pode ficar entre 30% e 25%, a mínima, e a máxima entre 75% e 85%, respectivamente.
Tempo seco e frio requer maior atenção ao corpo
De acordo com a médica alergista e imunologista Natasha Ferraroni, as doenças respiratórias e dermatológicas tendem a aumentar nesta época mais fria e seca do ano, que vai de maio a outubro. Por isso, é preciso atentar para os cuidados com a higienização do corpo e também do ambiente.
Em relação às doenças respiratórias como por exemplo, rinites, sinusites, asma e bronquite, as pessoas devem manter uma rotina de cuidados, assim como manter o cartão vacinal em dia não só das crianças, mas também dos adultos. Já as doenças alérgicas devem estar em tratamento controlado.
Saiba Mais
Manter a hidratação do corpo também é um alerta. A recomendação é beber bastante água diariamente. Segundo Natasha, a quantidade recomendável é de 30ml por kg de cada pessoa.
Com as baixas temperaturas e com o ambiente mais seco, muitas pessoas utilizam mais o ar-condicionado e os umidificadores. Mas a alergista, alerta que é preciso moderar o uso.“O uso de umidificador só se faz necessário quando a umidade estiver abaixo de 60% e não se deve ficar o dia todo com esses equipamentos ligados. O aumento da umidade pode contribuir para a proliferação da população de ácaro e fungos no ambiente. A intenção, neste caso, é aumentar a qualidade do ar, por isso, é importante limpar os filtros do ar-condicionado e, a cada seis meses, contratar uma empresa para que façam a limpeza completa”, explica.
Outra recomendação é deixar as janelas abertas, fazer com que o ambiente seja ensolarado, trocar os lençóis pelo menos duas vezes por semana e, de preferência, lavar com água quente para matar as bactérias. Para tirar a poeira, sempre passar pano úmido, nunca varrer e evitar produtos com cheiro forte.
A cientista social Yasmin Amany, 25, é uma das pessoas que sofrem com o tempo seco nesta época. Ela conta que tem muitas alergias, no entanto, este ano os olhos foram as áreas mais afetadas.“A minha lente de contato me deu alergia, assim, o meu olho fica extremamente vermelho. Fica super seco. Também tenho que ficar usando colírio o tempo todo e tomar muita água para amenizar a coriza do meu nariz”, afirma.
A médica alergista explica que a mucosa ocular também precisa ser hidratada e alerta para o uso do soro fisiológico: ele não pode ficar mais de 24h fora da geladeira. Além disso, quem usa lente de contato deve se atentar ao prazo de validade do produto e a forma correta de conservação das soluções de higiene das lentes. “Os colírios, conhecidos como lágrima artificial, devem ser utilizados até o produto acabar totalmente. Caso você abra um colírio, não é correto guardar e usá-lo daqui um mês, por exemplo”, explica.
Pele
A médica dermatologista Adriana Isaac, especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), conta que, com a umidade baixa, é difícil manter a pele sempre hidratada. Ela explica que, durante a seca, a hidratação da pele serve para prevenir doenças de pele como a dermatite e dermatite atópica, além de evitar as coceiras e os aspecto de pele áspera.
“É importante que cada pessoa adote um bom hidratante após o banho, e o ideal é que seja um hidratante e não um óleo corporal. Essa hidratação deve ser feita logo após o banho, com a pele úmida. Busque produtos que não têm muitas fragrâncias”, sugere.
Adriana ressalta que mesmo quem tem a pele oleosa deve manter a hidratação. Ela avisa que o banho também é uma forma de prevenir dermatites, mas o recomendado nesta época no ano é um banho por dia. “Toda vez que a gente usa o sabonete, ele tira a hidratação natural da pele. A cada banho, aumenta a necessidade de hidratação e estimula a piora da oleosidade. Além disso, o banho não pode ser muito quente e nem muito longo. Caso contrário, a pele fica seca e remove a oleosidade natural da pele causando coceiras e deixando a pele com o aspecto áspero”, explica.
Entre as medidas de prevenção da covid-19 está lavar as mãos ou usar álcool em gel rotineiramente, mas essa rotina também requer atenção especial. Segundo a especialista, o uso contínuo do produto nas mãos pode causar ressecamento e facilitar o aparecimento das dermatites. “Toda vez que usar o álcool, use um hidratante para repor a hidratação das mãos. Usar sabonetes mais suaves também contribui para manter a hidratação natural da pele.
Cuidados
Saúde
- beber bastante água;
- usar hidratante após o banho;
- buscar produtos com fragrâncias mais suaves;
- tomar banho com água morna;
- diminuir o tempo embaixo do chuveiro;
- utilizar hidratante após o uso do álcool em gel e produtos químicos;
- utilizar protetor solar;
- evitar a prática de exercícios ao ar livre entre 10h e 16h;
- usar roupas leves.
Ambientes
- Preferir utilizar pano úmido ao invés de varrer a poeira;
- manter as janelas abertas e aproveitar a luz do sol;
- evitar produtos químicos com cheiro forte;
- utilizar umidificadores;
- trocar as roupas de cama duas vezes por semana;
- utilizar aspiradores com filtro a base de água.
*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel