Pedidos por melhores condições de trabalho marcam o terceiro ato dos entregadores por aplicativo no Distrito Federal. A ação ocorre em todo o país, e, no Distrito Federal, é coordenada pela Associação de Motoboys, Autônomos e Entregadores do Distrito Federal (Amae-DF).
De acordo com o secretário da diretoria da Amae, Magno Moura, a mobilização é de extrema importância para a categoria. "Com a questão da pandemia os entregadores passaram a ter um papel essencial para a população. Aumentou a demanda de entregas, porém não houve aumento no ganho. Muitos trabalham com poucas condições de trabalho. Não dá para continuar dessa forma", argumenta.
Esta é a terceira mobilização dos entregadores na capital e a segunda que ocorre nacionalmente. Os estados do Rio de janeiro, São Paulo e Belo Horizonte também participam do ato.
A primeira ação ocorreu em 1° de julho e contou com aproximadamente 400 participantes. Na ação deste sábado (25/7), o número foi menor. "Muitas empresas deram benefícios para quem fosse trabalhar hoje, mas mesmo com a baixa adesão o movimento é válido", afirma o secretário da Amae.
Para o entregador Gabriel Claro, 25 anos, as condições de trabalho não são as melhores. "As empresas não querem saber se você está bem, se sofreu um acidente, nem nada. Só se entregou o pedido" afirma.
Ele trabalha há seis anos no ramo e não se sente seguro. "Em maio sofri um acidente de trânsito, ninguém se importou. Só perguntaram se poderia deixar a encomenda e retornar quando estivesse bem", relata.
Em nota, as empresa Ifood, Rappi e a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (“Amobitec”), na qual o Uber Eats atua, informaram que oferecem apoio aos entregadores e que estão abertas ao diálogo com os trabalhadores.
A Rappi ressaltou que reconhece o direito à livre manifestação pacífica. “Somos um superapp, que conecta quatro elos - o cliente final, os estabelecimentos comerciais, a indústria e os entregadores parceiros - e estamos sempre muito atentos a melhorias operacionais, e só conseguimos isso ouvindo todas as pontas e aprendendo sempre”, afirmou. A empresa também destacou que, desde o ano passado, oferece seguro contra acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental.
O Ifood informou que atende à maioria das reivindicações feitas pelo movimento. De acordo com a empresa, o sistema de aplicativo opera com valor mínimo de entrega de 5 reais, independentemente da distância percorrida, distribui equipamentos de proteção individual e para quem não retirou os kits de proteção, a empresa repassou o valor de R$ 30 para compra de materiais. Além de oferecer seguros de vida e contra acidentes. “O iFood reconhece que há muito a ser feito e continua, como sempre esteve, aberto ao diálogo”, ressaltou.
O Uber Eats, por meio da Amobitec, afirma que desde o início da pandemia vem implementando ações de apoio aos entregadores parceiros. “Como a distribuição gratuita ou reembolso pela compra de materiais de higiene e limpeza, como máscara, álcool em gel e desinfetante, e a criação de fundos para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com covid-19 ou em grupos de risco. Além disso, os entregadores parceiros cadastrados nas plataformas estão cobertos por seguro contra acidentes pessoais durante as entregas”, diz em nota.
Confira as principais reivindicações dos entregadores:
1 – Fixação de taxa mínima para remunerar entregas;
2 – Reajuste anual das taxas pagas aos entregadores, acompanhando os índices da inflação;
3 – Transparência quanto aos pagamentos realizados;
4 – Fim do sistema de ranqueamento com fins de direcionamento de entregas;
5 – Fim dos bloqueios indevidos e proporcionar o direito à defesa.
6 – Seguro de vida, acidente e de danos materiais;
7 – Instituição de tempo razoável de apresentação para coleta de entrega, tempo máximo de espera no estabelecimento e tempo razoável para finalização de entrega, considerando a quilometragem a ser percorrida;
8 – Instituição de sistema de monitoramento de entregas, conferindo ao entregador a certeza de que está entregando a encomenda para a pessoa correta, com o devido registro digital.
9 – Locais adequados para os entregadores retirar pacotes junto às plataformas. Muitos pontos de coleta não tem estrutura física satisfatória
Confira na íntegra os posicionamento das empresas
Rappi
Primeiramente, é importante frisar que a Rappi reconhece o direito à livre manifestação pacífica. Somos um superapp, que conecta quatro elos - o cliente final, os estabelecimentos comerciais, a indústria e os entregadores parceiros - e estamos sempre muito atentos a melhorias operacionais para todo ecossistema, e só conseguimos isso ouvindo todas as pontas e aprendendo sempre.
Os entregadores parceiros têm sido um elo muito importante durante esse período delicado que temos passado como empresa e como país. Antes da pandemia, eram realizados focus groups para manter um diálogo aberto com os entregadores parceiros - cancelados por ora. A Rappi também oferece, desde o ano passado, seguro contra acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental. Importante lembrar que não há necessidade de se inscrever ou se cadastrar no seguro, todos os entregadores parceiros que estiverem em pedido da Rappi estão automaticamente assegurados.
Além disso, estamos constantemente buscando novas parcerias para oferecer condições especiais aos entregadores parceiros. Temos em vigor descontos em mais de 80 restaurantes aliados nas principais cidades onde a Rappi opera - e estamos dedicados a ampliar esse número constantemente. Também oferecemos descontos em plano de saúde, na troca de óleo, para compra de rastreador de veículo, em estacionamento de bicicletas próximo a estações de metrô e aulas de inglês online, além de Rappi Points (bases físicas para descanso, que estão fechadas devido à pandemia). Esse é um trabalho contínuo e em breve iremos lançar outros benefícios.
Fruto dessa comunicação constante, a Rappi criou um mapa de demanda para ajudar os entregadores parceiros a identificar as regiões com maior número de pedidos de forma a orientá-los sobre os locais com melhores oportunidades. Ainda, criamos o programa de pontos para atender uma demanda dos entregadores e trazer reconhecimento, preferência aos melhores prestadores de serviço para que tenhamos uma melhor entrega de experiência aos clientes finais, transparência e equilíbrio entre demanda e entregadores logados. Acreditamos muito em processos de aprendizagem e na evolução dos processos e modelos, por isso, recentemente anunciamos a eles que o acúmulo de pontos passará a ser mensal (não mais semanal) e que conseguiriam acumular pontos em qualquer dia da semana, atendendo a uma demanda também que veio deles. O objetivo é operar com transparência e equilibrar o ecossistema, considerando demanda e entregadores logados, e possibilitando geração de renda diante de um cenário de aceleração do desemprego.
Reiteramos que desde o início - e até mesmo antes da pandemia atingir o país - desenvolvemos protocolos de proteção, tanto para os entregadores parceiros quanto para o ecossistema como um todo -, tais como entrega sem contato, distribuição de máscaras e álcool em gel, além de faixas de distanciamento e sanitização de carros, motos, bikes e bags nas dark kitchens. Criamos também um fundo para apoiar financeiramente entregadores com sintomas ou confirmação da covid-19 durante 15 dias e, mantendo a transparência, delegamos a administração desse fundo para a Cruz Vermelha Brasileira.
Ainda, a Rappi informa que o valor do frete varia de acordo com o clima, dia da semana, horário, zona da entrega, distância percorrida e complexidade do pedido. Dados da empresa mostram que quase metade dos entregadores parceiros passam menos de 1 hora por dia conectados no app. Ainda, a Rappi possibilita que os clientes deem gorjeta aos entregadores por meio do aplicativo de forma segura e repassa a eles todo o valor pago a título de gorjeta. Entre fevereiro e junho, a empresa identificou um aumento de 238% no valor médio das gorjetas e de 50% no percentual de pedidos com gorjeta.
Além disso, é importante comentar que sob nenhuma hipótese os entregadores parceiros são bloqueados por exercer o seu direito de manifestar-se. Os bloqueios na plataforma são restritos ao não cumprimento dos Termos e Condições e há um canal - dentro do aplicativo do entregador - para que possam ser revistos (abrindo um tíquete dentro na seção Centro de Ajuda / Suporte / Minha Conta / Estou Desativado).
Reiteramos, mais uma vez, que sabemos a importância dos entregadores parceiros ao funcionamento do nosso negócio e estamos trabalhando constantemente e aprendendo a cada dia que passa para oferecer melhorias a eles e a todo o ecossistema.
Ifood
O iFood respeita, de forma incondicional, os direitos democráticos à manifestação e à livre expressão. A empresa informa que já atende à maioria das reivindicações feitas pelo movimento dos entregadores -- opera com valor mínimo de entrega de 5 reais, independentemente da distância percorrida, distribui equipamentos de proteção individual e para quem não retirou os kits de proteção repassou o valor de R$ 30 para compra de materiais, e oferece seguros de vida e contra acidentes. O iFood reconhece que há muito a ser feito e continua, como sempre esteve, aberto ao diálogo.
Uber Eats
O contexto da pandemia da COVID-19 teve efeitos severos sobre a economia, afetando a renda de milhões de brasileiros. Mesmo diante de um cenário crítico, as empresas associadas à Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (“Amobitec”) que atuam no setor de delivery implementaram, desde o início da pandemia, diversas ações de apoio aos entregadores parceiro, tais como a distribuição gratuita ou reembolso pela compra de materiais de higiene e limpeza, como máscara, álcool em gel e desinfetante, e a criação de fundos para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com COVID-19 ou em grupos de risco. Além disso, os entregadores parceiros cadastrados nas plataformas estão cobertos por seguro contra acidentes pessoais durante as entregas.
As plataformas de delivery operam sistemas dinâmicos e flexíveis, que buscam equilibrar as necessidades de entregadores, de restaurantes e de usuários. As ações de combate à crise foram desenvolvidas mesmo em um cenário de acirramento da competição entre empresas e aumento expressivo no número de entregadores. Diante de um cenário econômico como o da pandemia da COVID-19, a flexibilidade dos aplicativos foi essencial para que centenas de milhares de pessoas, entre entregadores, restaurantes, comerciantes e micro empresas, tivessem uma alternativa para gerar renda e apoiar o sustento de suas famílias.
É importante esclarecer que as empresas associadas à Amobitec não trabalham com esquema de pontuação para a distribuição de pedidos e deixam claro que respeitam a liberdade de expressão, portanto a participação em atos e manifestações não resulta em punições ou bloqueios de qualquer natureza.
A Amobitec e suas empresas associadas que atuam no setor de delivery reafirmam a abertura ao diálogo, sempre atentas à realidade dos diversos perfis de entregadores parceiros para aprimorar a experiência de todos nas plataformas.