Correio Braziliense
postado em 25/07/2020 04:15
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma suposta rede de pedofilia para o compartilhamento de pornografia infantil. A apuração ocorre a partir da prisão de seis homens, com idades entre 61 e 30 anos, por meio da Operação Infância Violada, deflagrada ontem. Entre os detidos, estão um militar do Exército Brasileiro e um servidor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ação foi realizada por agentes da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), que monitoraram os suspeitos por quatro meses.
Três dos presos, incluindo o integrante do CNJ, são acusados de baixar o conteúdo de cunho sexual envolvendo crianças, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja pena varia de 1 a 4 anos. Eles foram liberados na tarde de ontem, após pagarem fiança de R$ 4 mil.
O militar do Exército e os demais detidos foram encaminhados à carceragem, pois também são suspeitos de divulgarem os materiais pornográficos. O trio deverá passar por audiência de custódia e um juiz ficará responsável por analisar cada caso e, então, decidir se irá estipular fiança para a liberação dos suspeitos. Se condenados, eles podem pegar até 10 anos de reclusão.
Segundo o delegado Ricardo Viana, chefe da 3ª DP, durante o monitoramento dos acusados, foi identificado que eles baixavam, continuamente, vídeos e fotos de pornografia infantil. “São vídeos de crianças mantendo relações sexuais com adultos. Com as provas, conseguimos na Justiça nove mandados de busca e apreensão, cumpridos na Asa Norte, na Vila Planalto, em Águas Claras, em Samambaia, no Gama e em Santa Maria”, explicou.
De acordo com o investigador, durante as buscas nas casas de cinco dos suspeitos, “um perito constatou, na residência dos suspeitos, que eles baixavam conteúdo de pornografia infantil, que estavam armazenados em laptop ou hd externo. Apenas um dos homens não foi detido no âmbito da investigação, mas por posse ilegal de arma de fogo.”
Os eletrônicos apreendidos serão encaminhados para análise de especialistas do Instituto de Criminalística (IC), da PCDF. “Três dos suspeitos compartilharam os conteúdos sexuais, mas não foi possível identificar, inicialmente, se era para outras pessoas ou sites. Com o resultado dos laudos, poderemos apurar se há uma rede de pedofilia envolvendo esses acusados”, esclareceu Ricardo Viana.
Por meio de nota oficial, o Exército Brasileiro limitou-se a informar que “encontra-se em contato com os órgãos encarregados a fim de obter respostas às informações solicitadas.” Por outro lado, o Conselho Nacional de Justiça pontuou que “desconhece os fatos. Tão logo informado pelas autoridades competentes, o CNJ irá tomar as medidas funcionais cabíveis.”
Ministra visita DP
Na tarde de ontem, a ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, reuniu-se com os investigadores da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) para tratar do caso do pedófilo acusado de abusar sexualmente de 60 meninos no Distrito Federal. O suspeito foi preso em Gonçalves Dias, município do interior do Maranhão.
Em coletiva de imprensa, a representante elogiou o trabalho realizado pela equipe policial. “Precisamos observar que este caso teve êxito porque teve uma dedicação exclusiva. O tempo entre a descoberta e a prisão do bandido foi muito rápido. Então, temos de pegar esse caso de sucesso, torná-lo um exemplo e replicá-lo em outras delegacias”, afirmou.
Ainda, a ministra salientou que “precisamos entender as fragilidades na lei nesse tipo de caso e tornar a punição mais severa. Para isso, iremos realizar uma roda de conversa com os delegados do caso e a equipe para vermos as dificuldades e sugerirmos uma mudança na legislação. Isso também será avaliado com juristas.”
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