A mulher de 42 anos, investigada por dar veneno às duas filhas gêmeas e tentar suicídio, conseguiu liberdade provisória, conferida pelo Tribunal do Júri de Sobradinho nesta sexta-feira (24/7). A decisão exige, no entanto, que a mulher seja internada em clínica para atendimento psiquiátrico, que deve ser comprovada até segunda-feira (27).
A juíza, confirmando pedido do Ministério Público, proibiu a mulher de ter contato com as crianças e de se ausentar do DF, e determinou, ainda, que ela se afaste do lar de convivência com as filhas. As meninas, de 11 anos, estão sob os cuidados do conselho tutelar.
De acordo com exame médico, a suspeita está com humor deprimido e total desesperança. A análise revela também que o discurso da mulher é suicida e que ela já tentou se matar outras duas vezes, desde a prisão. A primeira, ainda no hospital, com fios de equipamentos médicos; a segunda, na delegacia, com o carregador de celular que sua irmã havia esquecido na bolsa. Foram três tentativas de suicídio em menos de 24 horas.
A magistrada entendeu que, apesar da gravidade da ocorrência, a liberdade provisória é compatível com a situação, "sobretudo diante das peculiaridades do caso e do estado psiquiátrico da autuada". Caso descumpra as condições, a acusada pode ser presa preventivamente.
Relembre o caso
Na quarta-feira (22/7), a mulher tentou tirar a própria vida e a das duas filhas usando remédio controlado, Lexotan, e veneno para rato, o chumbinho. Ela havia deixado uma carta explicando o que se fazer quando os corpos fossem encontrados. O caso aconteceu no Jardim Europa 1, em Sobradinho.
A empregada foi quem se deparou com a situação e chamou a polícia. A suspeita estava desacordada e com pulsação baixa. As crianças estavam conscientes, mas se queixavam de dores no estômago. Todas foram encaminhadas para o Hospital Regional de Sobradinho (HRS), onde receberam atendimento.
A acusada responderá por dupla tentativa de homicídio, cometida contra as filhas gêmeas. Se condenada, poderá pegar de 8 a 30 anos de reclusão.