Correio Braziliense
postado em 24/07/2020 11:52
Agentes da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) monitoraram por quatro meses os nove alvos da Operação Infância Violada, que visa coibir os crimes de pornografia infantil e pedofilia. A ação, que teve apoio da 19ª DP (Setor P Norte — Ceilândia) e ocorreu na manhã desta sexta-feira (24/7), resultou na prisão de seis pessoas. Dois são servidores públicos do Exército Brasileiro e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Durante o período de apuração dos crimes, investigadores conseguiram comprovar que os acusados baixavam, continuamente, vídeos e fotos de cunho sexual envolvendo crianças e adolescentes, explica o delegado Ricardo Viana, chefe da 3ª DP. “São vídeos de crianças mantendo relações sexuais com adultos. Com as provas, conseguimos na Justiça nove mandados de busca e apreensão”, esclarece.
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Os objetos apreendidos na operação serão encaminhados para perícia detalhada do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil. Os presos foram encaminhados à 3ª DP, onde prestarão depoimento. “Iremos questionar as razões do porquê eles praticavam esses crimes. Muitos deles estão constrangidos e, informalmente, admitiram. Um disse que é doente e irá se tratar. Mas, posteriormente, vamos ouvi-los formalmente”, acrescenta Ricardo Viana.
Reincidente e servidores públicos detidos
Até a mais recente atualização desta matéria, agentes continuavam na casa de um dos alvos, na Vila Planalto. De acordo com o delegado, o acusado “já é reincidente nesse tipo de crime. Mas não podemos afirmar se, na operação de hoje, foi constatado o armazenamento de pornografia infantil.”
Ainda segundo apuração do Correio, dois dos homens presos na manhã desta sexta-feira (24/7) são um militar do Exército e um servidor do CNJ. O primeiro é acusado de armazenar os conteúdos pornográficos e compartilhar os materiais. Já o segundo teria baixado os vídeos e fotos, mas não enviado para outras pessoas.
Todos serão autuados conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Os suspeitos de armazenamento poderão pegar de um a quatro anos de prisão, e poderão ser liberados mediante fiança. Os que mantinham os materiais e compartilhavam podem receber pena superior, de três a seis anos de reclusão.
Em resposta aos questionamentos da reportagem, o Exército esclareceu que “encontra-se em contato com os órgãos encarregados a fim de obter respostas às informações solicitadas.”
O Conselho informou que “desconhece os fatos. Tão logo informado pelas autoridades competentes, o CNJ irá tomar as medidas funcionais cabíveis.” A matéria será atualizada com o posicionamento oficial de ambas as pastas.
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