Segundo a delegada-adjunta Elizabeth Frade, essa vítima foi aliciado pelo pedófilo em 2017, por meio de um outro perfil usado pelo criminoso na rede social. À época, se apresentava como “Ana Beatriz Melo”, como explica a investigadora. “Esse número da conta também foi vinculado ao suspeito. Acreditamos que ele utilizava essa página antes dos dois perfis que identificamos no início da operação”, esclarece.
O adolescente era estudante de um colégio particular no centro de Brasília. “Ele afirma conhecer outras vítimas desse pedófilo, que eram da mesma escola. Eles também enviaram fotos e vídeos com o mesmo teor sexual dos demais meninos. Ou seja, o acusado já agia na capital federal há mais de três anos”, analisa a delegada.
O caso
A Seção de Atendimento à Mulher da 12ª DP investiga a atuação do pedófilo do Maranhão desde que o menino procurou a unidade para relatar os abusos sofridos. O criminoso é acusado de utilizar perfis falsos no Instagram para atrair as vítimas, ganhar a confiança delas e, então, conseguir materiais pornográficos.
Conforme apurado pela unidade, inicialmente, o acusado usava a página com fotos de uma mulher jovem, com o objetivo de estimular as vítimas a se relacionarem virtualmente. Ao ganhar a confiança dos meninos, o criminoso pedia fotos dos jovens nus, em que mostrassem os rostos. Após essa primeira atuação, o pedófilo passava a exigir que os meninos se comunicassem com ele em um segundo perfil, masculino.
Nessa página masculina, o suspeito passava a falar ininterruptamente com as vítimas. Manipulava as crianças, exigindo materiais pornográficos cada vez mais sérios, pedindo vídeos de cunho sexual. Se as vítimas se negassem, o pedófilo se tornava mais agressivo e chegava a ameaçar expor as fotos dos garotos nus na internet.
As crianças e os adolescentes, fragilizados emocional e psicologicamente, cediam às investidas do criminoso. Sem coragem de relatar o que passavam aos familiares, essas vítimas cogitavam tirar as próprias vidas para conseguir fugir da ação do pedófilo.
Por meio de nota oficial, a assessoria do Instagram destaca que “não tolera esse tipo de comportamento ou o compartilhamento de conteúdo que traga exploração sexual infantil em sua plataforma". "Colaboramos com as autoridades responsáveis pelo caso desde o início das investigações."
Veja os perfis feminino e masculino utilizado pelo suspeito: https://www.instagram.com/henriquezandoo/
https://www.instagram.com/tasampaio__/