Cidades

Ibama afasta funcionário


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) afastou um servidor do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) por suposta participação com o mercado ilegal de animais exóticos e silvestres. Ontem, por meio de nota oficial, o Instituto informou que abriu um processo administrativo disciplinar interno para investigar se há envolvimento do funcionário.

Enquanto isso, a polícia segue com mais dúvidas do que com certezas a respeito do caso do jovem picado por uma naja kaouthia. O mistério, que envolve estudantes de medicina veterinária e até um tenente-coronel da Polícia Militar, perdurará, pelo menos, até agosto. Isso porque, Pedro Henrique Lemkuhl, de 22 anos, não deve prestar depoimento pelos próximos 15 dias. Fontes policiais informaram ao Correio que a equipe médica do rapaz recomendou que ele permanecesse em casa durante o período.

Pedro Henrique é suspeito de participar de um esquema de tráfico de animais. Na quinta-feira, a mãe dele, Rose, e o padrasto, o tenente-coronel Eduardo Conde, estiveram na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), onde permaneceram por mais de quatro horas. Os depoimentos são cruciais para o andamento das investigações. Contudo, muitas questões ainda precisam ser respondidas, como a origem da naja e das outras 16 serpentes encontradas em uma chácara no Núcleo Rural de Planaltina, além da relação entre os tubarões encontrados na Colônia Agrícola Samambaia.

Após o caso de Pedro Henrique, a Polícia Civil deflagrou operação para apurar o tráfico de animais e resgatou outras espécies silvestres e exóticas. Até o momento, a corporação e o Ibama apreenderam 33 serpentes no DF. As cobras estavam sendo criadas ilegalmente. Entre janeiro e julho deste ano, o Batalhão da Polícia Militar Ambiental (BPMA) apreendeu 1.402 animais silvestres no DF.

Multa de R$ 61 mil

As investigações, no entanto, seguem em sigilo pela 14ª DP. O delegado Willian Ricardo afirmou que só se manifestará após a conclusão das diligências. O Ibama multou Pedro Henrique em R$ 61 mil por maus-tratos e por manter serpentes nativas e exóticas em cativeiro, sem autorização. A mãe e o padrasto foram multados em R$ 8,5 mil, cada, por terem dificultado a ação de resgate.