O jovem picado por uma naja kaouthia não deve prestar depoimento pelos próximos 15 dias. Segundo fontes policiais, a equipe médica de Pedro Henrique Lemkuhl, 22 anos, recomendou que ele permanecesse em casa durante o período. Ele é suspeito de participar de um esquema de tráfico de animais.
Na quinta-feira (16/7), a mãe e o padrasto de Pedro, o tenente-coronel Eduardo Conde, estiveram na delegacia. A mãe do estudante passou mais de quatro horas depondo. Pedro foi multado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em R$61 mil por maus-tratos e por manter serpentes nativas e exóticas em cativeiro sem autorização. Já a mãe e o padrasto em R$ 8,5 mil, cada um, por terem dificultado a ação de resgate.
O advogado da família também esteve na 14ª DP e saiu sem falar com a imprensa e sem dizer o nome. Este espaço permanece aberto para a manifestação da defesa, assim como do estudante e seus familiares.
Investigações
Na manhã de quinta-feira (16/7), agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, sendo um na casa de Pedro Henrique e o outro na residência do amigo que teria ocultado 16 serpentes em um terreno do Núcleo Rural Taquara, em Planaltina, e largado a naja próximo ao Pier 21. Os outros dois mandados foram cumpridos no Gama e no Riacho Fundo. Após o caso da naja, o Ibama aplicou R$300 mil em multas ambientais no DF.
Os policiais encontraram maconha na residência do amigo de Pedro, que foi conduzido até a delegacia. Outro estudante, identificado como Nelson Junior Soares Vasconcelos, também foi conduzido à 14ª DP por ser criador de uma corn snake (espécie americana e proibida de ser criada no Brasil). O animal foi apreendido e levado ao centro de triagem do Ibama.