Correio Braziliense
postado em 16/07/2020 20:52
Em sete dias, apenas no Distrito Federal, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) aplicou multas ambientais que correspondem a R$ 300 mil. Só o estudante de medicina veterinária picado pela naja, Pedro Henrique Lehmkuhl, 22 anos, e sua família, terão de arcar com multas de cerca de R$ 78 mil. O Ibama disse que multou o jovem por maus-tratos em R$ 61 mil e também aplicará multa à mãe e ao padrasto do estudante, totalizando R$ 17 mil, por eles terem dificultado a ação de resgate da cobra naja.
As demais multas foram aplicadas aos proprietários de animais encontrados em ações da Polícia Civil e Ibama ao longo da última semana. Em algumas das apreensões, a polícia relacionou os animais encontrados ou grupo de Pedro Henrique.
Em 9 de julho, 16 serpentes foram localizadas em um haras em Planaltina; dez das cobras eram exóticas e nenhum dos animais era legalizado. O dono do local foi multado em R$ 68 mil por maus-4 tratos e por dificultar a ação de resgate. Para a polícia, a criação está ligada a Pedro Henrique e, por isso, o jovem também pode ser responsabilizado por esses animais. Uma outra pessoa ligada ao grupo - do qual o estudante picado pela naja faria parte - foi multada em R$ 81,3 mil por dificultar a ação do Ibama e manter animais nativos e exóticos em locais inapropriados e sem autorização, além de maus-tratos.
Outros animais recuperados
No Guará, em uma ação na casa do pai de um amigo de Pedro Henrique, a polícia encontrou mais serpentes, além de carapaças de tatu, penas de araras e peles de cobras. Neste caso, a multa passa de R$ 33 mil. Na operação realizada em Vicente Pires, que terminou com a recuperação de três tubarões, o Ibama apreendeu serpentes, peixes e lagartos. Nem todos os animais eram legalizados, por essa razão, o proprietário do imóvel foi multado em R$ 27 mil. Além disso, o local onde os animais estavam foi considerado inadequado. Pelos maus-tratos o homem foi multado em R$ 12 mil. O Ibama aguarda a apresentação dos documentos referente aos tubarões, caso o dono dos animais não entregue, outra multa será lavrada, no valor de R$ 2,6 mil.
Além dos animais apreendidos, o Ibama recuperou cobras que foram devolvidas espontaneamente à instituição, após a repercussão do caso da naja. Os animais nativos do cerrado foram soltos na natureza. Outros, estão sob a responsabilidade do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e alguns foram encaminhados ao Instituto Zoológico de Brasília, como é o caso da víbora-verde-de-voguel, exótica da ásia. Ela foi devolvida pelo dono à instituição na última sexta-feira. O Ibama ainda estuda o destino da serpente, mas já disse que não tem a intenção de sacrificar os animais recuperados, inclusive a cobra sem antiofídico no Brasil.
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