A Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus) estabeleceu a criação de uma portaria para garantir mais segurança a conselheiros tutelares durante o trabalho. Na manhã desta quinta-feira (16/7), a pasta se reuniu com os representantes da Associação dos Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares para tratar do assunto. O encontro ocorre após um profissional ter sido ameaçado de morte em Ceilândia.
A portaria será criada com os conselheiros e ex-conselheiros tutelares, segundo nota enviada pela assessoria de comunicação da pasta. Na reunião desta quinta-feira, a associação fez uma série de sugestões à Sejus, entre elas, o afastamento do trabalho presencial do conselheiro em caso de ameaça, detector de metais na entrada dos conselhos e acompanhamento psicológico para os profissionais ameaçados.
De acordo com Néliton Portuguez, presidente da Associação dos Conselheiros e Ex-conselheiros Tutelares do DF, durante a reunião, o representante da Sejus se mostrou, de imediato, favorável à inclusão do detector de metais nos conselhos e ao afastamento temporário do profissional ameaçado. Néliton disse que “discutir esse tema se mostrou necessário diante das recorrentes ameaças e agressões às quais os conselheiros e conselheiras têm sido submetidos”.
O conselheiro tutelar de Ceilândia, Eduardo Rezende, ameaçado de morte no local de trabalho, esteve na reunião da manhã desta quinta e disse que espera que “esse seja o primeiro passo de muitas conquistas e melhore a atuação dos conselheiros tutelares”.
Rezende diz ter sido ameaçado de morte pelo pai de um bebê encontrado morto num quarto de hotel no início de julho. O homem de 29 anos foi preso em flagrante, assim como a mãe da criança, e liberado no dia seguinte, após audiência de custódia. Dois dias depois, ele teria ido ao 2º Conselho tutelar ameaçar o profissional que resgatou a outra filha do casal, uma menina de 1 ano e meio. O conselheiro ameaçado registrou ocorrência de ameaça na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), que investiga o caso.
No Distrito Federal, 200 conselheiros tutelares atuam em 40 unidades espalhadas em todas as cidades. A Sejus disse, em nota, que repudia qualquer tipo de agressão ou ameaça praticada contra os conselheiros e lamenta os casos ocorridos no Distrito Federal.
Nesta sexta-feira (17/7), está marcada uma manifestação no estacionamento do Shopping Popular de Ceilândia, para pedir mais segurança aos conselheiros tutelares.