Cidades

Polícia indicia homem que agrediu cachorro até a morte

A Polícia Civil do Distrito Federal identificou e indiciou, ontem, pela prática de maus-tratos a animais, um homem acusado de agredir até a morte um cachorro e abandoná-lo em via pública, em Ceilândia. Aos policiais, ele confessou o crime e disse ter sido motivado por uma força maligna. 

Apesar de o fato ter ocorrido em 10 de julho, a história veio a público na terça-feira, após a advogada da ONG Projeto Adoção São Francisco, Ana Paula Vasconcelos, registrar um boletim de ocorrência na 15ª Delegacia de Polícia Civil (Ceilândia Centro). De acordo com Ana Paula, o cachorro teria sido brutalmente espancado até a morte e deixado em via pública, na QNM 4, em Ceilândia. 

Moradores da quadra relataram terem ouvido latidos e, ao sair à rua, viram um homem jogando o animal, aparentemente morto, no meio da via pública. Indagado sobre o fato, ele teria respondido que não havia outro lugar para deixar o cão. Um dos moradores teria pago uma pessoa para retirar o corpo do animal da via. 

Após diligências, policiais da 15ª DP identificaram, ontem, o autor do crime. De acordo com os investigadores, o homem desferiu, ao menos, seis golpes de faca contra o animal e, após a morte, o mesmo teve o focinho e as patas dianteiras e traseiras amarradas com arame farpado. “O autor foi devidamente identificado e localizado, oportunidade em que confessou a prática do delito e atribuiu, como motivação, que a morte do animal seria uma ‘oferenda a satanás’, que ele teria agido impulsionado por uma força maligna oriunda do diabo”, explicou o delegado Konrad Muniz.

Sem explicação

O homem, que respondeu a processo pela Lei Maria da Penha em 2017, foi indiciado por crime de maus-tratos a animais, cuja pena equivale à detenção de três meses a um ano. “Por tratar-se de delito de menor potencial ofensivo, após prestar sua versão, o autor foi liberado encontra-se à disposição da justiça”, afirmou Muniz. 

“Não tem explicações para alguém fazer aquilo com um ser vivo. Precisamos chamar a atenção das autoridades para que casos como esse não sejam tratados como um crime banal”, comentou a advogada Ana Paula.

Atualmente, tramitam no Congresso Nacional dois projetos de lei para aumentar a pena pelo crime de maus-tratos a animais. “Podemos fazer uma analogia com a violência doméstica. Por se tratar de um crime que ocorre em casa, é difícil ter prova e a polícia exige isso. Então, é preciso que a população fique atenta e se conscientize de que é um crime muito grave, e não pode ser confundido com desavença entre vizinhos”, esclarece Ana Paula. Para denunciar, ela orienta que as pessoas procurem a delegacia mais próxima e levem o máximo de elementos possíveis, como vídeos, fotos e testemunhas, para registrar o boletim de ocorrência.