Cidades

Bares reabrem com expectativa de recuperar perdas, mas movimento é fraco

Na primeira noite de funcionamento, o movimento ainda é fraco. Algumas pessoas, porém, aproveitaram a volta dos estabelecimentos

A primeira noite com bares em funcionamento depois de mais de 100 dias fechados por causa da pandemia não teve muito movimento, mas alguns brasilienses resolveram aproveitar a flexibilização da quarentena. O  Decreto n°40.539, de 19 de março, autorizou a volta do funcionamento de bares e restaurantes a partir desta quarta-feira (15/7), condicionada à lotação máxima de 50% da capacidade do local. 

 

O gerente do Fausto e Manoel do Sudoeste, Afranio Cordeiro, se mostrou bastante otimista com a volta. "Está começando bem. Estamos com menos da metade das mesas. O almoço foi bom. Estamos tomando todas as medidas possíveis. A gente está fazendo de tudo para não fecharmos mais. Eu estava com medo dos clientes não respeitarem, mas estão respeitando. A expectativa é de que vai encher", explicou. No bar, todos os garçons usavam máscaras, as mesas estavam distantes e o cardápio é em QR Code. O jogo de mais tarde será transmitido, mas Afranio garante que já deixou o aviso.  "Comemorar cada um na sua mesa", afirma. 

 

O professor Gabriel da Silva, 40 anos, foi ao bar comemorar um aniversário, mas, para ele, talvez esse não fosse o melhor momento para voltar ao funcionamento. "Resolvemos nos encontrar, mantendo o devido distanciamento e respeitando o protocolo. Não sei se é o melhor momento, mas qualquer coisa fecha de novo", afirmou. "Eu viajo bastante e todos os estados que flexibilizaram, os bares funcionavam nessa configuração, mas todos tiveram que fechar. É um risco que não sei se vale a pena ou não. Eu estou correndo risco. A população está em casa há quatro meses. Tenho parentes próximos que pegaram covid, conseguiram se recuperar, outros faleceram", lamentou. 

 

[SAIBAMAIS]O amigo dele, Marcelo Ilha, 55 anos, estava mais confiante. De acordo com ele, é preciso aprender a conviver com o vírus. "Eu acho importante a socialização. Claro que temos uma virose para combater, mas temos que começar a tocar o país. As pessoas estão perdendo emprego. Quem é do grupo de risco fica em casa. Porque nós temos que aprender a viver com essa virose. As pessoas não aguentam ficar em casa. A aids nunca descobriram uma vacina", justificou o piloto de avião. 

 

 

 

O Piauí, na 209 Sul, estava mais vazio, mas havia 10 mesas ocupadas com grupos de até seis pessoas. Luiz Pedro Pompas, 21 anos, acha que a volta não é precipitada e que é necessária.  "Eu acho que é necessário. Porque não tem capital de giro, se não voltar quebra. Passamos por coisas piores. A gente só tem medo das coisas que vêm. Para o mundo girar a gente precisa caminhar. Estar vivo é perigoso, a gente pode morrer amanhã. Meu amigo pegou covid fazendo quarentena", afirmou o mecânico. 

 

A recepcionista Alerrandra Rodrigues, 22 anos, disse que tem receio, mas isso não impediu de resolver sair um pouco. "É perigoso, mas a gente vai levando. Não tem como ficar parado. Estava com saudade de sair", afirmou. 

Gabriel Barbosa, 22 anos, é outro que tem medo, porém acha que já estava na hora de abrir. "O país não pode parar. O vírus não vai sumir e a gente tem que conviver. Eu fico com receio pelos meus pais e familiares, mas eu cheguei em um ponto em que eu posso fazer as coisas com cuidado e se acontecer, aconteceu", afirmou.  

 

Regras de funcionamento 

 

Confira as principais orientações da Vigilância Sanitária e os protocolos que deverão ser respeitados em todos os estabelecimentos:

 

Bares e restaurantes:

 

- uso de máscaras por funcionários e clientes;

 

- manutenção e limpeza de filtros de ar-condicionado;

 

- garantia de distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas;

 

- aferição de temperatura corporal;

 

- funcionamento com 50% da capacidade;

 

- proibidas apresentações de qualquer tipo ao vivo;

 

- cobertura das máquinas de cartão com papel-filme para facilitar a higienização;

 

- Higienização regular de cadeiras e mesas de uso coletivo, com disposição delas à distância de dois metros umas das outras (a contar das cadeiras que servem cada mesa); tudo deverá ser higienizado após cada refeição

 

- Não recomendação dos sistemas self-service e rodízio, pelo alto potencial desses sistemas para transmissão da covid-19;

 

- Restrição de acesso de clientes;

 

- Mesas com distanciamento mínimo de dois metros entre elas e limite de número de pessoas por mesa, de forma a manter a distância entre elas

 

- Cardápios podem ser adaptados para acesso on-line pelo celular, com uso de QR Code;

 

- Os locais deverão dar preferência ao recebimento das contas nas próprias mesas, bem como utilizar tecnologia de aproximação do cartão para efetuar os pagamentos;

 

- Para não ocorrer espera, devem priorizar acesso aos serviços com hora marcada, evitando aglomerações e, se possível, utilizar ao máximo as áreas externas para atendimento aos clientes. Sugere-se ainda que sejam utilizadas tecnologias de “fila por aplicativo”, evitando-se também o uso de buzzers ou pagers.

 

Clientes:

 

- utilizar máscaras durante a permanência no restaurante, exceto durante a refeição. As máscaras devem ser retiradas e recolocadas após a higienização das mãos, com toque restrito às cordas e laterais de ajuste.