Depois de mais de 100 dias fechados, os bares e restaurantes voltaram a abrir nesta quarta-feira (15/7) no Distrito Federal. Porém, o movimento no primeiro dia da reabertura foi fraco. No horário do almoço, entre 12h e 13h, os estabelecimentos se encontravam vazios ou com poucos clientes. Apesar disso, o setor está otimista com a retomada das atividades.
A rua dos restaurantes, localizada na quadra 404/405 da Asa Sul, no geral estava com poucos clientes. Ticiana Werner, dona de restaurante com o mesmo nome, considera que a lentidão é normal e que o movimento deve ser maior durante a noite. "Já temos reservas para o jantar, mas tanto a equipe quanto os clientes precisam se acostumar com essa realidade. Nunca passamos por isso então é um cenário novo", diz.
O Coco Bambu do Lago Sul operou com apenas nove mesas. Beto Pinheiro, sócio do local e presidente Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel DF), afirma que o movimento lento já era esperado para o primeiro dia de reabertura. "Os clientes ainda ficam na dúvida sobre como está sendo o funcionamento. A expectativa é que o setor opera com 40% da receita que era normal, pelo menos no primeiro mês", diz. Ele acredita que com o passar do tempo, as pessoas ganhem confiança. "A partir da divulgação, o movimento deve aumentar."
Para Pedro Henrique Oliveira, gerente administrativo do Bar e Restaurante Beirute, foi um alívio reabrir após quatro meses fechado. “Mesmo sabendo que o faturamento não será o mesmo, é um respiro”, conta. De acordo com ele, cerca de 45 pessoas passaram pelo estabelecimento no horário do almoço. Tanto para comer no local, como para pegar o pedido em delivery.
A turma da confraria do Beirute adorou poder retornar ao tradicional almoço às quarta-feiras. Parte do grupo formado por amigos na faixa etária acima dos 60 anos, se reuniu no restaurante para matar a saudade. “Foi emocionante reencontrar todos. Passamos quatro meses sofridos em casa, só por delivery e sem poder nos encontrar. Ter a reabertura, e ainda ser na quarta-feira, não podíamos deixar de vir e prestigiar. Foi uma grande alegria reencontrar os funcionários”, destaca João Gomes, 77 anos.
Os amigos se reúnem para tomar aquela cervejinha gelada com os aperitivos árabes desde 2015. “Somos um grupo de 12 pessoas no whatsapp. Antes da pandemia, costumava juntar duas mesas aqui. Agora vamos ter que dividir e fazer rodízio, bom que dá para falar mal do pessoal da outra mesa”, brinca Robson Gonçalves, 61.
Medidas de segurança
De acordo com o Decreto n°40.539, de 19 de março, os bares e restaurantes precisam manter uma distância de dois metros entre as mesas, funcionar com 50% da capacidade, aferir a temperatura de clientes e funcionários, disponibilizar álcool em gel, entre outras medidas.
Ivy Silva, 38 anos, decidiu almoçar no Ticina Werner, mas ainda não se sente totalmente segura. "Se tivesse mais pessoas aqui dentro eu não entraria. Ainda é um momento que não considero seguro", diz. A servidora pública afirma que o estabelecimento ter espaço aberto e com circulação de ar é importante.
Amaury Lemos, 40, acompanhava Ivy e explica que avaliaram o ambiente antes de optarem por almoçar no local. "O espaçamento entre as pessoas me deixa mais tranquilo", diz. Porém, ele considera que vai demorar para voltar a frequentar restaurantes e bares como antes.
Em Águas Claras, o restaurante D’Lurdes reabriu as portas com todos os procedimentos adaptados para o novo momento. Com tapetes sanitizantes na entrada e totens de álcool em gel espalhados pelo espaço. Os clientes são recepcionados por um funcionário todo paramentado para medir a temperatura. “A gente vem se preparando há algum tempo para essa reabertura. Era um momento esperado, mas prezamos por toda a segurança tanto para os clientes e para os colaboradores”, destaca o proprietário Carlos Augusto Cardoso, 41.
O restaurante reabriu com o funcionamento à la carte e cafeteria, além da pizzaria à noite. No entanto, o rodízio de pizza foi suspenso por não ser um momento seguro para isso. “Chegamos a pensar em não abrir neste primeiro momento. Esperar para ver como seria o retorno, mas estávamos preparados para receber o público. Criamos um ambiente mais seguro o possível”, ressalta.