O Instituto Butantan ainda não foi contatado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Ambientais (Ibama) para receber a víbora-verde-de-voguel entregue na sede do órgão na última sexta-feira. O animal é de uma espécie originária da Ásia e não possui antiofídico no Brasil. A assessoria de comunicação do Butantan informou ao Correio nesta terça-feira (14) que não possui exemplar desse tipo de serpente e não foi contatada pelo Governo sobre o assunto.
Enquanto não há destino para a cobra exótica ela continua trancada em uma caixa, aos cuidados da equipe no Zoológico de Brasília. Por enquanto ela não ainda não se alimentou. Como as serpentes possuem metabolismo lento e podem ficar até 15 dias sem alimentação uma rotina foi estabelecida. “A gente não tem como afirmar quando a foi a última vez que esse animal comeu por isso vamos fazer a alimentação baseado no escore corporal [uma medida técnica que calcula o valor ideal para do animal] que eles apresentaram.” explicou Carlos Nóbrega, diretor de répteis do Zoológico, ao Correio.
Nos próximos dias, caso a cobra ainda esteja no Zoológico, a equipe deve começar a tentar alimentação com ratos. O responsável pelo trabalho detalhou como será: “A ideia é abater previamente os roedores, aí gente oferta para todos os exemplares, seja ele peçonhento ou não. A gente abre uma brecha no recinto com um pinção. Se a serpente comer ok, se não a gente tira esse animal e anota na ficha e vai acompanhando e ofertando de 15 em 15 dias, ou se for o caso vai ofertando semanalmente”.
O Zoológico esclareceu que a destino da cobra não compete à instituição, que apenas acolhe o animal. “Em relação à possibilidade de eutanasiar a víbora-verde-de-Vogel, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília informa que essa é uma decisão exclusivamente do Ibama e, ao Zoo de Brasília, cabe somente acolher esses animais enquanto não há uma destinação final”, esclareceu em nota. Sobre o possível procedimento de sacrifício do animal, Carlos Nóbrega explicou que “se for decidido pelo sacrifício, o Ibama sacrifica ou aciona alguém para sacrificar. Se o Ibama pedir para a gente sacrificar a gente pode recusar ou aceitar”, disse o diretor de répteis do Zoológico.
A cobra exótica, da região da Ásia foi entregue na sede do IBAMA na última sexta-feira e transferida para o Zoológico de Brasília em seguida. A entrega da serpente foi feita espontaneamente pelo antigo dono dos animais e, por isso, ele não será responsabilizado. No entanto, a Polícia Civil investiga o caso, pois o delegado responsável, William Andrade, acredita que, pelo fato da cobra também ser exótica, pode ter sido traficada pelo mesmo grupo que trouxe a Naja.
A assessoria de comunicação do Ibama foi procurada mas não respondeu.