Cidades

Polícia investiga origem de cobra sem antiofídico no Brasil

Delegado acredita que animal pode ter sido traficado pelo grupo ligado à naja que picou estudante veterinário

O delegado responsável pelas investigações do possível esquema de crime de tráfico internacional de animais, William Andrade Ricardo, informou ao Correio nesta segunda-feira (13/7) que apura a origem da víbora-verde-de-voguel, cobra exótica entregue na sede do Ibama na última sexta-feira (10/7).  Segundo o delegado, por ser uma cobra estranha ao território brasileiro, pode ter sido traficada pelo mesmo grupo responsável pela vinda da naja que picou o estudante  Pedro Henrique Lehmkuhl, 22 anos. 

A serpente é asiática e não possui antiofídico no Brasil. Ela foi entregue pelo dono, junto com uma jararacuçu, que é nativa do Brasil. O Ibama informou que, como a entrega foi feita espontaneamente pelo dono dos animais, ele não será responsabilizado e que tal atitude está amparada na legislação. 

No entanto, o delegado informou que isso não o impede que ele seja ouvido como testemunha no inquérito. “A pessoa não foi identificada pelo Ibama, mas nós vamos investigar e temos outros meios para chegar no ex dono das cobras. Ele não deve ser responsabilizado, mas sim quem vendeu o animal.”

O Delegado também investiga se o grupo cometeu crimes contra a saúde pública. Segundo fonte técnica ouvida pela Polícia Civil, a forma como os animais foram manuseados podem gerar riscos sanitários. 

A assessoria de comunicação do Instituto Butantan confirmou que não possui remédio para o veneno da víbora-verde-de-voguel e não realiza nenhum estudo de soro antiofídico para este animal. O Instituto disse ainda que não foi procurado pelo Ministério do Meio Ambiente ou Ibama para receber o exemplar recuperado.