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Cloroquina, hidroxicloroquina e outros fármacos passariam a ser administrados na fase inicial da doença

Um grupo de médicos de Brasília pediu à Secretaria de Saúde do Distrito Federal que avalie um protocolo de administração de fármacos que podem tratar a covid-19 desde sua fase inicial. De acordo com a médica que representa o grupo, o tratamento da rede pública consiste em buscar apenas reduzir sintomas nos primeiros dias, e não em combater a infecção, o que pode levar ao agravamento do quadro do paciente. 

A médica Carina Petry conversou com o Correio e explicou que a comunidade médica está dividida entre os que apoiam o tratamento precoce com medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina e os que são contra o uso desses medicamentos nos casos de covid-19.

A pediatra e otorrinolaringologista explica que esses compostos são mais antigos que a doença provocada pelo novo coronavírus, por isso não há prescrição na bula. No entanto, relatos e estudos recentes fazem a médica - e os demais pares de seu grupo - acreditar que o uso desses medicamentos na fase inicial da infecção é o melhor caminho para evitar colapso do sistema de saúde e reduzir o número de mortes.

“A gente tá aprendendo todo dia com a covid. E os médicos têm que ter humildade de entender que temos que aprender uns com os outros. Nós, deste grupo, estamos atuando no sentido de fazer o melhor possível pelo paciente com os recursos disponíveis no momento. Sempre no princípio que rege o médico, que é o da beneficência e não da maleficência, buscando sempre fazer o melhor pelo paciente.” 

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A médica argumenta ainda que o acesso aos medicamentos na fase inicial da doença pode ser definido pela classe social, vez que o paciente com mais recursos financeiros pode buscar médicos diferentes até encontrar aquele que receite os fármacos, enquanto na rede pública, não funciona assim. Por isso, o protocolo foi entregue ao Secretário de Saúde do DF em reunião realizada na última sexta-feira, segundo informou Carina Petry. 

Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal explicou que recebeu cloroquina do Governo Federal e adotou, desde o fim de junho, protocolo de distribuição do medicamento mediante apresentação de receita médica e Termo de Consentimento para uso compassivo da cloroquina. 

Já o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, em resposta ao Correio, publicou nota reforçando a autonomia do profissional médico para escolher os melhores tratamentos para seu paciente. O CRM-DF diz que: “A prescrição de todo e qualquer medicamento é prerrogativa do médico. Deve ser valorizada a relação médico-paciente, com objetivo de oferecer o melhor tratamento disponível no momento. Os métodos de prevenção com reconhecimento científico até o momento são: as medidas de distanciamento social, o uso de máscara e o reforço na higienização.”