A Polícia Civil investiga a participação do jovem picado por uma naja na terça-feira (7/7) em um grupo ilegal de pesquisas e estudos de animais exóticos. Pedro Henrique Santos Krambck Lehmkuhl, 22 anos, está internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. Ele foi atingido pela cobra no apartamento onde mora, em um condomínio, no Guará 2. De acordo com a apuração policial, ele criava e mantinha o réptil na residência.
Na tarde desta quinta-feira (9/7), o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) encontrou uma espécie de criadouro no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina. A equipe capturou 16 serprentes, sendo 10 exóticas (do exterior) e seis nativas do Brasil. A suspeita é de que o local tenha relação com a cobra que picou o estudante de medicina veterinária, Pedro Henrique.
O delegado-adjunto da 14° Delegacia de Polícia (Gama) — unidade responsável pelas investigações — Ricardo Bispo Farias afirmou que colheu depoimentos de colegas de Pedro. Os jovens também são estudantes de medicina veterinária. "São pessoas que, de acordo com o relato, se identificam em estudar esses animais. Nesse grupo, inclusive, haveria até um presidente, mas que o proprietário das serpentes seria o Pedro", detalhou.
De acordo com o investigador, após a repercussão do caso jovem picado, um colega de Pedro teria ido até uma chácara na Zona Rural de Planaltina buscar uma das cobras, na noite de terça-feira, e a deixado ao lado do shopping Pier 21. "Depois do fato, os colegas de curso dele teria espalhado esses animais numa baía. Com todo esse contexto, surge diversas questões, como o envolvimento de jovens na criação e colocação de animais exóticos em experimentos e pesquisas não autorizadas", frisou.
Serpentes
Segundo o major da BPMA, Elias Silva, a equipe recebeu duas denúncias de que havia uma caixa cheia de cobras na Zona Rural de Planaltina. "Chegamos no lugar e encontramos um vaqueiro. Ele confirmou a informação e nos levou até a baia de cavalo, onde encontramos algumas serpentes dentro de caixas", destacou.
Segundo ele, duas caixas vazias foram encontradas que, supostamente, abrigavam cobras. "Não sabemos se elas foram soltas no meio do mato ou se a levaram", ressaltou o major.
A polícia investigará, ainda, se há a participação ou apoio da instituição de ensino onde Pedro estudava, nas supostas pesquisas. O delegado ressaltou que uma das testemunhas relatou acreditar no esquema de venda de animais exóticos. "Ainda temos muito o que apurar. Precisamos saber quem retornou com essas cobras, se estavam na residência do jovem, quem teria colocado as serpentes na chácara. Tudo isso será investigado", disse.