Cidades

Possível volta às aulas foi vista por pais como uma 'ameaça', diz psicóloga

Larissa Polejack, diretora de Atenção à Saúde da UnB, fala dos impactos das decisões sobre a pandemia na saúde mental da população

Pais de estudantes do Distrito Federal (DF) sentiram como uma “ameaça” aos filhos a possibilidade de volta às aulas levantada pelo governo na última semana. A avaliação é da psicóloga larissa Polejack, diretora de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária da UnB. 

"Uma das ações que nós temos lá UnB [Universidade de Brasília] é um grupo para pais. O grupo pipocou essa semana, pensando ‘meu Deus, como vai ser isso, eu não tenho coragem de mandar meu filho’. Eu também tenho filho, também tive essa sensação”, afirmou Larissa nesta quinta-feira (9/7), em entrevista ao programa CB.Saúde, pareceria do Correio Braziliense com a TV Brasília (assista ao programa abaixo).

Na entrevista, Larissa falou sobre como a pandemia de covid-19 tem afetado a saúde mental da população. Em conversa com o jornalista Humberto Rezende, Polejack explicou que o cenário confuso e as informações contraditórias foram fonte de ansiedade para os responsáveis por crianças e adolescentes nestes últimos dias.

"Se a gente olhar o cenário da epidemia no DF, ela ainda está muito acelerada, ainda é muito arriscado voltar às atividades normalmente. Nossos colegas epidemiologistas e infectologistas têm sinalizado o tempo todo para nós que esse não é o momento de retorno para todas as atividades", lembrou, ressaltando que a revisão da decisão de retomar as aulas foi um alívio.
 

Sobrecarga do sistema

Saiba Mais

A médica e professora da Universidade de Brasília (UnB) Valéria Paes esteve no CB.Poder, também parceria do Correio com a TV Brasília, há uma semana. Na ocasião, ela reforçou a importância das medidas tomadas até agora como o isolamento social e a higienização das mãos. Paes também não descartou a possibilidade de um fechamento completo (o chamado “lock down”) para conter o avanço da covid-19.

"Minha preocupação com essa flexibilização é que a gente tenha um aumento muito abrupto, porque a gente sabe que a nossa capacidade hospitalar, tanto pública quanto privada, é uma capacidade limitada e me preocupa muito", declarou.