Cidades

Taxa de letalidade no DF é menor

O Distrito Federal aparece na 25ª colocação entre as unidades da Federação pelo índice de mortes por 100 mil habitantes e na 18ª em quantidade de óbitos. Além disso, o aumento de notificações a cada 24 horas caiu nas últimas semanas, segundo a Codeplan


O Distrito Federal está entre as unidades da Federação com menor taxa de letalidade. Pesquisa da Companhia de Planejamento (Codeplan), divulgada ontem, avalia os dados registrados pela Secretaria de Saúde até o último domingo. Nela, a capital encontra-se na terceira posição em número de novos casos diários e na quantidade de diagnósticos por 100 mil habitantes. Nesse segundo ranking, o DF ocupa a 18ª posição em número de óbitos por covid-19 e a 25ª colocação na taxa de letalidade.

Além disso, estudo da Codeplan revela que a taxa de crescimento a cada 24 horas caiu nas últimas semanas. O índice registrado de 28 de junho a 4 de julho ficou em 3,1%, o menor valor computado desde março. Apesar da redução do crescimento diário de casos, o presidente da Codeplan, Jean Lima, explica que as mudanças nos gráficos são bastante voláteis. “O próprio boletim destaca que a avaliação do número de testes pode afetar essa queda. Agora, o ideal é acompanhar as tendências das próximas duas semanas, para ver se essa queda se firma. A partir dessa análise, poderemos dizer se é um processo de redução ou se continua o de expansão”, detalhou.

No entanto, um fator que indica que os casos de coronavírus continuam em ascensão no DF é a estimativa do número de reprodução da epidemia, que mede a intensidade com que ocorre a transmissão. Na capital, o índice está entre 1,2 e 1,3. Ele representa para quantas pessoas, em média, um indivíduo infectado transmite a doença em um dia. “Quando a taxa está abaixo de um, indica que a pandemia está declinando. O índice teve redução em relação às últimas semanas, mas isso precisa ser avaliado para saber se concretiza como tendência ou se foi um fator restrito a esse período”, esclareceu Jean.

A pesquisa da Codeplan também mostra que a quantidade de testes caiu na capital. Segundo o estudo, houve queda do número de exames no modelo drive-thru. Entre 22 e 24 de abril, foram realizadas 32.637 análises. Porém, entre 22 e 26 de junho, diminuiu para 15.329, redução de aproximadamente 45%. Apesar disso, o Distrito Federal ainda é a unidade da Federação que mais fez exames da covid-19, em números absolutos e a cada 100 mil habitantes.

Testes
O presidente da Codeplan ainda ressalta que a capital pode estar entre as regiões brasileiras com maior taxa de incidência justamente pelo alto índice de testagem. “Sem dúvida, o teste ajuda a fazer o mapeamento epidemiológico na cidade. Conseguimos identificar quais cidades estão tendo maior índice de contágio e a proporção de infectados. A testagem é essencial para encontrar esses focos e avaliar as projeções e tendências”, esclareceu.

O Correio entrou em contato com a Secretaria de Saúde e pediu informações sobre a quantidade de exames realizados na capital e o motivo da redução apresentada pela Codeplan. Entretanto, até o fechamento desta edição, a pasta não respondeu.
 
38 mortes em 24 horas
O Distrito Federal registrou a maior quantidade de óbitos por covid-19 em 24 horas. Ontem, foi divulgada a morte de 38 pessoas por complicações causadas pelo novo coronavírus — a Secretaria de Saúde também leva em conta óbitos por covid-19 ocorridos em outros dias, mas confirmados só na data do boletim mais recente. Além disso, a pasta computou mais 2.311 casos da doença. Com as notificações, a capital passou para 66.694 diagnósticos e 701 vítimas. Apesar disso, 49.081 pacientes estão recuperados da enfermidade.

Além das mortes de moradores da capital, a Secretaria de Saúde contabilizou mais 67 vítimas de outras unidades da Federação, que faleceram em unidades hospitalares do DF. Ontem, Ceilândia, cidade com maior incidência da doença, chegou a 8.088 casos. Samambaia, com 4.202, ocupa o segundo lugar do ranking. Em seguida, aparece o Plano Piloto, com 4.175 diagnosticados.

Além disso, o sistema de saúde privado está à beira do colapso. Restam nove vagas em UTIs, exclusivas para tratamento da covid-19 em hospitais particulares. No total, são 220 pacientes e 233 leitos. Mas quatro estão bloqueados. Na rede pública, a taxa de ocupação está em 75%: há 595 vagas e 449 internações.