Cidades

Enfermeira do Hran vence a covid-19 e volta para a luta contra o vírus

Agora, a enfermeira voltou à linha de frente de combate ao vírus e segue hospedada em hotel de programa do GDF para evitar infecções de familiares

Correio Braziliense
postado em 06/07/2020 21:20
Além da covid-19, ela precisou superar a saudade da famíliaNa linha de frente do combate ao coronavírus, a gerente de Enfermagem do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Cleidy Crisóstomo, venceu a doença. “É engraçado como nesses momentos damos mais valor às coisas simples. Quando eu estava de quarentena, perdi o olfato e não conseguia sequer espirrar direito. Sempre gostei de sentir o cheiro das coisas, e isso me fazia muita falta. Imagina então a saudade que sentia de dar um abraço na minha filha de 10 anos e nos meus pais”, conta a servidora.

Além do isolamento de 15 dias que precisou enfrentar, nesse período, o pai dela sofreu um derrame. “Tudo isso mexe muito com o emocional. Fiquei muito apreensiva com tudo aquilo. Mas graças a Deus meu pai está bem agora. Minha filha chorou quando finalmente pôde me ver”, lembra a enfermeira, emocionada.

Cleidy perdeu pessoas que também lutava na linha de frente contra o coronavírus. Entre os que se foram, o falecimento do colega técnico de enfermagem que trabalhava no Hran, vítima da covid-19, mexeu muito com a gerente. Ele foi o primeiro profissional de saúde do hospital a morreu devido ao vírus. “Foi uma perda trágica. Ele era muito humilde, tranquilo e deixou muitas saudades na equipe”, recorda.

Saudade

Durante a quarentena, Cleidy também precisa enfrentar o desafio da saudade. Da mesma maneira que outros profissionais de saúde envolvidos no atendimento dos pacientes com coronavírus, desde 22 de maios está hospedada no Grand Bittar, graças ao programa de hospedagem solidária do GDF.

“Mesmo sendo horrível ficar longe da família, no final é uma experiência boa, porque traz certo conforto sair do trabalho sem nos preocupar em expor nossos familiares ao vírus. Com a renovação recente da hospedagem, sinto que nosso trabalho está sendo reconhecido”, comenta.

“Além do desgaste de estar na linha de frente, os pacientes ficam dependentes e vulneráveis, porque é uma situação que afeta o emocional. É uma doença que evolui muito rápido e todo dia tem uma novidade. Em 20 anos de Hran, nunca tinha visto algo parecido”, avalia.

Histórias de superação

Enquanto a pandemia não termina, os profissionais de saúde continuam superando os desafios. Na semana passada, o Correio contou a história da técnica de enfermagem Sâmia Regina, 57, que ficou quase dois meses internada com a covid-19.

Em março, a equipe de atendimento de saúde da Unidade Básica 3, do Gama, foi reforçada com o retorno da técnica em enfermagem Simone Araújo, que também precisou ficar afastada da luta devido à infecção.

Além delas, enfermeiros contam a experiência de atuar na linha de frente contra o coronavírus, batalhas que ainda causam medo nos servidores, mas, como verdadeiros heróis, não deixam de servir a todos os que precisam de ajuda.

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