“O ciclone levou um brasiliense”, contou Rafael Reisman, sobrinho do empresário Amnon Josef Reisman, mais conhecido por Amy. Aos 70 anos, o israelense com coração brasiliense não resistiu aos traumas de uma queda da escada do prédio onde estava, em Balneário Camboriú (SC), e faleceu ontem.
De acordo com Rafael, Amy saiu para ir ao mercado e, ao retornar para o apartamento, foi surpreendido pela tempestade provocada pelo ciclone bomba que atingiu o Sul do país. “Tinha acabado a luz do prédio, e ele optou por usar as escadas, carregando as compras nas mãos. Assumimos que ele caiu e bateu a cabeça. Ficou ali algum tempo, até que o acharam pelas câmeras”, lamentou.
Amy foi socorrido e transferido para um hospital da cidade. Na quinta-feira, amigos em Brasília receberam mensagens sobre o grave estado de saúde do empresário e pediam orações. “Era uma figura lendária, com um coração que só quem o conhecia pode entender. Um poeta, um ultrarromântico, uma pessoa muito especial”, descreveu o sobrinho.
Em Brasília, Amy foi um dos sócios mais conhecidos do Iate Clube de Brasília, na década de 1970. Além de inúmeros amigos e dos familiares, o empresário construiu um legado ao lado do pai. Durante anos, manteve uma casa de carnes nobres na 103 Sul. “Com certeza, é uma perda para a cidade”, comentou Rafael.
Amy deixa três filhos, quatro netos e uma legião de amigos, que não imaginavam perdê-lo nessa situação. Nas redes sociais, pessoas que conviveram com o empresário em Brasília relembraram as muitas histórias que Amy tinha com a capital, a sua alegria e a generosidade. A namorada, Anna Paula Couto, postou um vídeo e escreveu: “Foram poucos anos, anos intensos. Quanto amor, companheirismo e cuidados. Você me fez tão bem. Nossas almas estarão ligadas para sempre. Não é uma despedida e sim um até breve. Nos reencontraremos. Eu te amo”.
A família está providenciando o translado do corpo de Balneário Camboriú para a capital. A despedida de Amy deve acontecer na segunda-feira, na Mansão dos Arcos, próximo de onde a família mora.