Cidades

Jovem denuncia ter sido vítima de racismo nas Lojas Americanas

A vítima afirmou ter sido seguida, constrangida e atacada por funcionária do estabelecimento, localizado no Setor Central do Gama. A empresa afirma que auxilia nas investigações da PCDF

Um jovem, de 18 anos, denunciou uma funcionária da empresa Lojas Americanas por racismo. Marcus Vinicius Siqueira Silva afirma que estava realizando compras no estabelecimento, localizado no Setor Central do Gama, na última terça-feira (30/6), quando passou a ser seguido e constrangido pela mulher. A 14ª Delegacia de Polícia (Gama) investiga o caso.

Ao Correio, o estudante de tecnologia da informação relata que foi realizar compras na loja acompanhado da mãe, a autônoma Kariny Batista Siqueira, 43, e a irmã, a estudante de medicina Bruna Batista Siqueira, 21. “Quando chegamos, Bruna e eu decidimos olhar alguns produtos em uma sessão, e nos separamos da minha mãe. Ao procurá-la, percebi que a funcionária estava me observando e me seguindo pelos corredores”, explica.

Incomodado, Marcus Vinicius comentou a situação com a mãe, que também passou a analisar a atitude da funcionária. “Toda a situação me deixou extremamente envergonhado, constrangido e exposto. Tudo o que eu queria era sair daquele local o mais rápido possível. Então, minha mãe, minha irmã e eu fomos para a fila do caixa. Mesmo assim, não adiantou”, relata.

Já no caixa, passando os produtos, o jovem continuou sendo “seguido pela funcionária. Eu tinha esquecido de pegar amendoim, então, ali na área mesmo eu peguei um pacote para incluir nas compras. Nesse momento, a funcionária se aproximou mais. Foi quando minha mãe pediu para chamar o gerente, mas nos informaram que ele não estava no local.”

Sem conseguir encontrar uma solução para a situação, Kariny questionou a funcionária sobre a atitude. “Ela começou a rir da minha mãe, e respondeu, ironicamente, que eu estava ‘me entregando’. Minha mãe perguntou o que ela queria dizer com aquilo, mas a mulher debochou”, afirma. 

A irmã da vítima tentou filmar a atitude da funcionária. “Nesse momento, ela se exaltou ainda mais e chegou a ir para cima da minha mãe. Só que a Bruna interveio e um outro funcionário também impediu um possível embate físico. Ela foi levada para o fundo da loja e tentaram se desculpar pela situação. Mas não posso aceitar isso, não é certo”, frisa Marcus Vinicius. 

A reportagem entrou em contato com as Lojas Americanas, que soltou uma nota oficial sobre o assunto, afirmando que a empresa “repudia todo e qualquer ato de discriminação e informa que está apurando o ocorrido.” Não foi informado, no entanto, se a conduta da funcionária é adequada às normas do estabelecimento e se ela continua lotada como segurança, ou se foi transferida para outra área de atuação.