Após a repercussão do flagrante do grupo praticando sexo ao ar livre, em um barco, passou a circular nas redes sociais mais um vídeo do caso. As imagens mostram o ato sexual explícito com uma das mulheres que teve uma foto enviada em grupos de WhatsApp. No vídeo, aparecem dois homens, que ainda não foram identificados.
O Correio não publicará o vídeo, pois a exposição de material pornográfico sem o consentimento configura crime de vazamento de nudez, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lei nº 13.718/18. Inclusive, agentes da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) vão apurar quem são os responsáveis por liberar os vídeos e as imagens da vítima. Eles serão autuados pelo delito.
Além disso, todos os envolvidos no sexo grupal responderão por ato obsceno. De acordo com o artigo 233 do Código Penal Brasileiro, configura-se crime praticar sexo ao ar livre ou em local público. A pena é detenção de três meses a um ano ou multa.
Crimes contra a honra
A Polícia Civil, por meio das 19ª DP (Setor P Norte — Ceilândia) e da 20ª DP (Gama), também investiga os casos de ao menos oito pessoas que tiveram as imagens associadas ao grupo que praticou a suruba na embarcação no Lago Paranoá. Os envolvidos na divulgação podem responder no âmbito dos crimes contra a honra.
O Correio conversou com duas das vítimas que tiveram fotos e perfis nas redes sociais relacionados aos vídeos do sexo grupal. A primeira é uma mulher, que denunciou o caso na quinta-feira (2/7), no Gama, após receber inúmeras solicitações de novos seguidores no Instagram e mensagens constrangedoras.
“No começo, fiquei sem entender o que ocorreu para ter tantas solicitações de novos seguidores. Depois, pessoas que me conhecem começaram a mandar prints de um grupo, com a minha imagem associada. Fiquei completamente desesperada, porque a situação tomou uma proporção muito grande. Sai do trabalho (ontem) e fui diretamente para a polícia resolver”, contou, sob condição de anonimato.
Um dos homens que procurou a 19ª DP esclareceu que realizou uma confraternização com amigos em uma embarcação, no Lago Paranoá, em 1º de julho, mas que não teve nenhum envolvimento com o sexo grupal flagrado na área. “Fizeram a junção de imagens da verdadeira embarcação com as fotos que as meninas publicaram no WhatsApp e foram roubadas. Por causa disso, elas estão sofrendo muito, até por parte da família mesmo. É uma situação extremamente constrangedora, pois somos vítimas de uma fake news. Certamente o dia que estivemos no Lago sequer deve ter sido quando ocorreu a suruba com o verdadeiro grupo”, disse.
Segundo o delegado-adjunto Sérgio Bautzer, os denunciantes são “vítimas de um crime contra a honra". "Ao terem as imagens relacionadas ao 'barco do amor’, as vítimas passaram a ser incomodadas e constrangidas. Sendo que as mulheres são as mais afetadas, até psicologicamente, com toda a situação. Fizeram uma sobreposição de imagens com as fotos dos status das vítimas. Assim, criaram a história que se tratariam dessas pessoas. A situação tomou uma proporção muito grande, acabando com a vida delas. Por isso, acreditamos que se trate de uma vingança.”