Cidades

Irmã de 1 ano de bebê achado morto em quarto de hotel é levada para abrigo

Os pais das crianças foram presos em flagrante. Familiares da criança não foram localizados para ficar com ela

Correio Braziliense
postado em 03/07/2020 17:15
A menina de 1 ano viveu ao menos 30 dias no quarto de hotel em CeilândiaO 2° Conselho Tutelar encaminhou para um abrigo a irmã do bebê encontrado morto dentro de um quarto de hotel em Ceilândia nesta sexta-feira (3/7). Ao longo de toda manhã, os conselheiros buscaram algum familiar da criança, mas não encontraram. Segundo a mãe dela - que está detida por maus-tratos, assim como pai da criança -, o parente mais próximo seria uma tia de criação que mora na região do Pombal, em Planaltina. 

O conselheiro tutelar Eduardo Rezende, que atendeu a ocorrência, informou que, com as informações fornecidas pela mãe, não foi possível localizar a parente que poderia ficar com a criança. Diante disso, ela foi levada a uma casa de passagem - onde ficará por um período, em função da pandemia - e, depois será levada a um lar acolhedor ou entregue à família, caso os parentes sejam encontrados. 

A criança, que tem pouco mais de um ano, viveu com os pais dentro de um quarto de hotel por pelo menos 30 dias. A mãe não tinha nenhum documento da menina, mas informou que o registro de nascimento da criança estaria na casa dessa tia que não foi localizada. O conselheiro que conversou com a mãe disse que ela não soube sabe dizer ao certo a data de nascimento da criança. 

Rezende explicou ainda que, enquanto a mãe estava grávida, a equipe do Conselho Tutelar esteve com ela em uma abordagem de rua e solicitou acompanhamento mais próximo da família, além de orientar a mulher a fazer pré-natal, porém os encaminhamentos não foram cumpridos. Nesta sexta-feira, a mãe disse que o bebê morto não chegou a ser registrado. 
 

Mãe teve o bebê no quarto do hotel 

 
O subtenente da Polícia Militar Eduardo Lima, que esteve no local, conta que ficou impressionado com a cena ao entrar no quarto. “O que mais me chocou nesse caso foi frieza da mãe. Eu entrei no quarto, ela estava sentada ao lado do corpo, dando bolacha de sal para a filha como se nada tivesse acontecido. Tinha roupa jogada para todo o lado, comida que precisa de refrigeração fora da geladeira e a criança comendo isso.” 

A mãe, de 31 anos, e o pai, de 29, foram presos em flagrante e ouvidos pelo delegado responsável pelo caso na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia). Eles são investigados pelo crime de maus-tratos com resultado de morte e podem pegar de 4 a 12 anos de detenção. A audiência de custódia ainda será realizada, provavelmente neste sábado. O bebê completaria um mês de vida no domingo (5/7).

Segundo a polícia apurou, o casal passava o dia nas ruas de Ceilândia, pedindo dinheiro, e voltava para dormir no hotel. As crianças eram levadas diariamente. O bebê encontrado morto nasceu dentro do quarto. Três dias depois, a mãe já havia voltado às ruas de Ceilândia para pedir dinheiro. 

O gerente do hotel onde o caso ocorreu prestou depoimento à polícia nesta manhã. Ele teria sido chamado pelo pai das crianças por volta das 7h30, quando percebeu que ela estava morta. No hotel, ninguém quis comentar o caso.

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