O Instituto Rio Lagos, responsável pela gestão do hospital de campanha em Águas Lindas (GO), é alvo de investigação do Ministério Público do Goiás (MPGO). O inquérito apura a contratação relâmpago para a gestão do hospital. A decisão do órgão vem depois de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumprir mandados contra integrantes do instituto.
O MPGO afirma que o inquérito, instaurado em 30 de junho, visa acompanhar o cumprimento do contrato de Gestão Emergencial para o enfrentamento do coronavírus no hospital de campanha. Segundo o órgão, o inquérito também considera a operação deflagrada no Rio de Janeiro, e tem como objetivo resguardar a prestação de serviços de saúde e aferir se o contrato cumpre todos os requisitos legais.
A 57ª Promotoria de Justiça é a responsável pela investigação e solicitou à Secretaria de Estado da Saúde e à Secretaria de Estado da Casa Civil cópia do processo que embasou a contratação. Procuradas pela reportagem, as secretarias mencionadas não deram retorno até o fechamento desta edição.
Desvio de dinheiro
Integrantes do Instituto Rio Lagos são acusados de desviar mais de R$9,1 milhões de cofres públicos estaduais, entre 2012 e 2019. O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) realizou, em 25 de junho, a operação Pagão, para cumprir mandados de busca e apreensão contra os integrantes da organização social.
Segundo denúncia, o instituto teve empenhado em seu favor R$ 649 milhões, entre os anos de 2012 e 2019, para a gestão de unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro, tendo desviado R$ 9,1 milhões do valor.
De acordo com o MPRJ, o desvio de dinheiro era feito por meio do pagamento de valores superfaturados, em favor de sociedades empresárias, com o pretexto de adquirir produtos ou serviços terceirizados para o atendimento de UPAs e hospitais administrados pelo Instituto Rio Lagos.