Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 13:23
Na manhã desta quinta-feira (2/7), profissionais da saúde hospedados no Hotel Grand Bittar, pelo Programa Acolher do Governo do Distrito Federal, receberam com surpresa a notícia de que deveriam deixar o local até amanhã (3/7).
De acordo com uma profissional de saúde, que não quis se identificar e está hospedada no espaço, a expulsão foi comunicada por mensagens espalhadas pelo hotel, em folha A4. “Ao ler o recado, liguei na recepção e eles falaram que a Secretaria de Saúde entrou em contato cancelando a renovação”, explicou. A notícia a pegou desprevenida. “No meio dessa pandemia, com tanto profissional da saúde se contaminando, nós vamos pra onde? Uma falta de respeito com a gente”, lamentou.
Outra vítima, um técnico de enfermagem, relata que foi surpreendido com a notícia já que, na quarta-feira (1º/7), os profissionais receberam a informação de que o contrato havia sido renovado. “O impacto fica na pressão de não saber o que fazer pois foi dado a oportunidade de proteger quem amamos e agora fica a escolha correr o risco de levar o vírus para casa”, comentou o profissional, que também preferiu não se identificar.
O Programa Acolher foi lançado pelo Governo do Distrito Federal em meados de maio com objetivo de hospedar os profissionais de saúde objetivo e diminuir as chances de possíveis contaminações dos familiares deles ao voltarem para casa, depois do trabalho. A iniciativa é uma ação integração das secretarias de Saúde (SES) e de Turismo.
Em nota, a Secretaria de Turismo informou que o contrato do programa Acolher não foi cancelado. "Encontra-se vigente até 03/07 e a renovação está em andamento. A Secretaria de Saúde esclarece que o programa é uma parceria entre Saúde e Turismo. À Saúde, coube a indicação de 250 profissionais do Hran aptos a participar do projeto", destacou a pasta.
Impacto
Uma técnica de enfermagem disse que conseguiu recentemente a liberação da hospedagem no espaço e agora terá que arrumar as malas novamente para sair. "Fui várias vezes durante a semana na recepção perguntar como que ficou a questão da hospedagem. Na quarta-feira a noite eles me falaram que o contrato tinha sido renovado e que eu não precisava me preocupar". Hoje, ao chegar no hospital que trabalha a profissional descobriu pelos colegas que teria que deixar o hotel.
"Isso me afeta totalmente, porque eu tenho uma sobrinha de 4 anos e uma mãe de 60 anos em casa e vou ter que me reorganizar para ter o mínimo de contato com elas. A secretaria firmou um contrato e de uma hora para outra esse acordo não foi cumprido", observou a profissional de saúde.
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