Cidades

'Não é só uma gripe', diz presidente do Sindmédico ao defender lockdown

Gutemberg Fialho afirma que, se nada for feito, os pacientes infectados pelo coronavírus vão morrer sem assistência: 'Só tem leito sobrando na teoria'

O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho faz um apelo ao Governo do Distrito Federal para que adote o lockdown e, assim, reduzir o contágio e as mortes pelo novo coronavírus. “Com o aumento do contágio, é preciso adotar medidas drásticas para reorganizar o sistema de saúde. Temos crescimento dos casos graves e da demanda por leito de UTI. Se nada for feito, as pessoas vão morrer sem assistência”, afirmou. 

Questionado sobre as declarações de integrantes do Executivo e da Secretaria de Saúde garantindo a existência de leitos suficientes (inclusive de UTIs) para socorrer os doentes, Fialho rebate. “Tem leito na teoria. Mas na prática não tem. Eles precisam existir na vida real, no mundo físico. Mas na prática, estamos no momento em que, se houver necessidade de remanejamentos e transferências de pacientes, não há como fazer. Só no discurso”. 
 
Nesta quarta-feira (01/07), o GDF foi intimado pelo Ministério Público do DF a informar, em até 72h, qual é a capacidade de leitos de UTI no DF. Balanço divulgado no início da tarde desta quarta-feira (1/7), mostra que o DF tem 49.290 contaminados pela doença.
 
 
Perguntado se o lockdown seria regionalizado ou para todo o DF, Fialho diz que essa decisão é do Executivo, baseada nos números que o governo dispõe sobre número e velocidade de contágio, além da estrutura médico hospitalar disponível. “O que não podemos é banalizar a vida, ‘tudo bem, vai morrer tantos pacientes e daqui a pouco isso vai se resolver’. Porque não é o seu parente que morreu. A covid-19 não é só uma gripe. A vida não tem repescagem”, afirma Fialho.