O professor André Nicola, coordenador da pesquisa, agora pede ajuda dos médicos para identificar pacientes que se encaixem no perfil da pesquisa e que possam ser transferidos para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ele expica que só serão aceitos na pesquisa pacientes que atendam a alguns critérios. É preciso que o infectado esteja internado com sintomas moderados da doença e ter os sintomas há menos de 10 dias.
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A pesquisa vai acompanhar a progressão da doença em 200 pessoas. Metade delas vai receber o plasma de pessoas recuperadas de coronavírus.
De acordo com o professor André, a expectativa é que o plasma de convalescentes se mostre como uma alternativa eficaz para tratamento da covid-19. "Nós esperamos que uma menor proporção das pessoas com covid-19 moderada que forem tratadas com o plasma progredirão para formas graves da doença. Caso isso se confirme, não só as pessoas tratadas se beneficiarão; menos pessoas progredindo para formas graves significa menor demanda de ventiladores e leitos de UTI, por exemplo", explica.
O plasma convalescente consiste em uma técnica de transfusão da parte líquida do sangue de quem se recuperou de alguma doença e tem mostrado resultados positivos em outros estudos. Esse tipo de tratamento tem resultados comprovados contra comorbidades como coqueluche e tétano. Agora, estudos têm mostrado resultados positivos contra a covid-19.
Em maio, um protocolo norte-americano feito pela Mayo Clinic, atestou que não há riscos no uso da técnica. Para obter o resultado, 5 mil pacientes com sintomas graves receberam o tratamento com o plasma. A taxa de mortalidade, após sete dias, foi de 14,9%, considerada dentro do normal.