Cidades

Polícia identifica extremista

Responsável por fazer ameaças a dom Marcony Vinícius Ferreira depõe e nega acusação. Bispo integrante da Cúria Metropolitana de Brasília não presta queixa, mas direitista seguirá monitorado, assim como todos do grupo

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou o homem acusado de ameaçar o bispo auxiliar dom Marcony Vinícius Ferreira, integrante da Cúria Metropolitana de Brasília, localizada na Catedral Nossa Senhora Aparecida. O suspeito é integrante do “QG Rural”, que apoia o presidente Jair Bolsonaro, assim como os grupos extremistas 300 do Brasil e Patriotas.

A ameaça ocorreu em 16 de junho, quando manifestantes de grupos de direita pediram para acampar aos arredores do templo religioso, mas tiveram o pedido negado. O bolsonarista participava do acampamento instalado na Esplanada dos Ministérios, que foi desmobilizado em uma operação da Secretaria de Segurança Pública, em 13 de junho, por ordem do governador Ibaneis Rocha. Alguns dias após serem retirados do espaço, os extremistas, então, procuraram a Catedral, pedindo permissão, negada por dom Marcony, que justificava cumprir decreto do GDF.

De acordo com apuração da 5ªDP, o manifestante depôs e negou ter ameaçado o bispo. Mesmo com o suspeito identificado, a delegacia não poderá prosseguir com o caso, pois nem o religioso dom Marcony Vinícius Ferreira nem a Arquidiocese de Brasília, quiseram prestar queixa. Sem a denúncia formal, o caso será encerrado, e o acusado não responderá criminalmente, mas segue monitorado pela polícia, assim como todos integrantes dos grupos extremistas.

Acampamento
A Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) também investiga financiadores dos grupos QG Rural, 300 do Brasil e Patriotas. Parte dos manifestantes de extrema direita também estava acampada em uma chácara na Arniqueira, propriedade do fazendeiro André Luiz Bastos Paula Costa, dono do imóvel. Costa é alvo de uma apuração da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), por ter ameaçado o governador Ibaneis Rocha em vídeo obtido e divulgado em primeira mão pelo blog CB.Poder.

Os bolsonaristas são investigados por realizarem treinamento paramilitar no espaço. Os integrantes dos grupos são suspeitos de formar milícia privada — o artigo 288-A da Constituição Federal considera ilegal “constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar crimes”, e a pena varia de quatro a oito anos de reclusão.

Para apurar o caso, a Justiça concedeu a quebra dos sigilos telefônicos dos celulares apreendidos para análise da polícia. O conteúdo contido nos aparelhos serão extraídos por peritos do Instituto de Criminalística (IC) da PCDF. O objetivo é chegar a possíveis financiadores dos grupos, assim como das manifestações antidemocráticas.



Memória

Sara Winter de tornozeleira


Em operação da Polícia Federal, a líder dos 300 do Brasil, Sara Fernanda Giromini, que se autointitula Sara Winter, ficou presa 10 dias. Ela é investigada por ameaçar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. A suspeita cumpriu a detenção na Colmeia. Foi liberada na última quarta-feira. O Judiciário decidiu que Sara será monitorada por meio de tornozeleira eletrônica. Ela não pode se aproximar do Congresso e do STF.