Cidades

Covid-19: situação no Hran é "quase caótica", mostra documento

Além dos leitos de UTI, enfermarias, pronto-socorro e box de emergência estão lotados

Correio Braziliense
postado em 29/06/2020 22:37
Além dos leitos de UTI, enfermarias, pronto-socorro e box de emergência estão lotadosDesta vez não apenas os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão lotados, mas toda a estrutura do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Enfermarias, pronto-socorro, box de emergência, que funciona como semi-UTI, além da própria UTI. Em  documento divulgado internamente nesta segunda-feira (29/6), a que o Correio teve acesso, a situação é descrita como “quase caótica”. A reportagem também confirmou a informação com profissionais de saúde da unidade.

Ainda conforme consta no documento, a situação se agravou, pois ao menos 17 pacientes estavam habilitados para serem transferidos para o Hospital de Campanha do Mané Garrincha, mas tiveram que retornar ao Hran, "levando à situação quase caótica em que o Hran se encontra nesse momento, às 20h". 
 

Discrepância 

O quadro é bem diferente do apresentado pelos números da Sala de Situação da Secretaria de Saúde do DF (SES/DF). Atualizado nesta segunda, o quadro mostra que o hospital da Asa Norte tem 11 leitos de covid-19 reservados do tipo adulto e 11 neonatal, além de 60 leitos de enfermaria vagos. 

A distorção entre os dados apresentados pelo Governo do Distrito Federal e o acompanhamento feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) levou o órgão a acionar a Justiça para que o Executivo local divulgue os dados epidemiológicos, em tempo real, sem omissões e sem distorções da realidade da ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no DF. 

“Até agora o pior”

Neste domingo (28/9), um médico, que preferiu não se identificar, relatou, ao Correio, ter vivenciado o pior plantão desde o início da pandemia do novo coronavírus dentro do Hran. Ele denunciou a  superlotação no local, além do esgotamento de medicação necessária para sedação. “Estão faltando as medicações para a sedação dos pacientes entubados para mantê-los em coma induzido”, explicou o médico.
 
Correio procurou a Secretaria de Saúde e aguarda retorno.   

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