“Até agora o pior”, diz médico do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) sobre plantão deste fim de semana na unidade. O profissional de saúde, que não quis se identificar, denunciou superlotação no local, além de esgotamento de medicação necessária para sedação. “Estão faltando as medicações para a sedação dos pacientes intubados para mantê-los em coma induzido”, explicou o médico.
Para o profissional, este fim de semana apresentou grandes desafios, desde o início da pandemia. “Hoje foi bem caótico. Temos muitos pacientes entubados e pouca medicação para manter o coma induzido. Isso atrapalha os pacientes de respirarem adequadamente nos ventiladores mecânicos, apesar de todo o esforço dos fisioterapeutas para adequação dos parâmetros”, apontou. Além disso, segundo o médico, alguns pacientes também tiveram que esperar vagas em leitos.
O subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage confirmou a falta dos medicamentos e afirmou que a secretaria tem tentado suprir a demanda para distribuição nas unidades mais afetadas. "É uma insuficiência geral que ocorre em todos o país. Estamos solicitando a compra de mais medicamentos para atender as unidades de saúde”, disse.
Uma das medidas adotadas para reduzir a ausência de medicações para sedação foi o embargo de alguns tratamentos na última semana. “Tivemos que suspender algumas cirurgias em que esses medicamentos são utilizados, pois também são necessários durante esse período”, relatou Hage.
Em relação ao falta de leitos no Hran, Hage contou que dos 29 leitos disponíveis, apenas 17 estão ocupados. “Entre os dados da pasta, a unidade possuía neste domingo 12 leitos disponíveis”, afirmou.