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Covid-19: testes para detectar a doença são importantes; entenda

No DF, foram feitos mais de 291 mil testes de covid-19, incluindo os exames IgG-IgM, que demora poucos minutos; e o RT-PCR, que o resultado sai em 72 horas, em média. Especialistas defendem o monitoramento das pessoas contaminadas

Testar massivamente a população. Essa tem sido a principal iniciativa adotada pelas organizações de saúde enquanto a pandemia da covid-19 cresce no país. A medida tem como objetivo ajudar na detecção da doença e na avaliação do número de infectados. No Distrito Federal, não é diferente: até o momento, foram realizados mais de 291 mil exames.

O diagnóstico preciso e correto é fundamental para a prevenção e prognóstico da doença. É o que explica a infectologista do Hospital Brasília Ana Helena Germoglio. “A grande importância de fazermos o diagnóstico do paciente no momento correto é a sua segregação”, ressalta, sobre a importância do isolamento. A partir dos resultados obtidos, dados essenciais para o entendimento e rastreamento da população podem ser fornecidos.

Há dois tipos de testes no DF, ambos disponíveis nas redes pública e privada de saúde. Primeiramente, há o teste rápido (IgG-IgM), usado na testagem em massa da população. Esse tipo de testagem é realizado com uma amostra de sangue em aparelho digital ou secreção nasal e de garganta. Segundo a Secretaria de Saúde, a limitação é necessidade de anticorpo, detectando positivo só a partir do oitavo dia do aparecimento dos sintomas. “De maneira geral, esse tipo de teste tem sensibilidade acima de 80% e especificidade acima de 90%”, afirma o órgão. Neste caso, o resultado sai, em média, em 30 minutos.

Há, também, o RT-PCR, que detecta a doença em fase inicial, a partir do 3º ao 7º dia de sintoma, detectando precisamente a presença do vírus. Nesse tipo de exame, coleta-se o material da garganta e do nariz do paciente, por meio de um swab (cotonete), analisado em laboratório. Neste caso, a Secretaria de Saúde diz que a dificuldade está na necessidade de pessoas habilitadas para fazer a coleta e o tempo para a realização do exame, que é mais demorado. Atualmente o resultado está sendo divulgado em até 72 horas pelo Laboratório Central.

De acordo com a infectologista, o melhor teste a ser feito depende, principalmente, da data de início do surgimento de sintomas. “Se não forem feitos corretamente, ambos testes podem dar falso negativo, que são problemáticos, uma vez que vão transmitir uma falsa sensação de segurança”, reforça Ana. “Por isso, ambos testes precisam de uma indicação fidedigna e devem ser feitos no momento adequado, com a metodologia adequada, para evitar que exames sejam feitos desnecessariamente”, acrescenta a especialista.

Após três dias do surgimento dos sintomas, a auxiliar administrativa Isadora Paneago Aguiar, 22 anos, fez o teste: o resultado foi positivo. Ela conta que os sintomas começaram após membros de sua família testarem positivo para a doença. De acordo com Isadora, o teste ajudou a evitar a transmissão do vírus para outras pessoas próximas, principalmente. “Após o teste, pude redobrar o cuidado para ter a certeza de que não transmitiria a doença”, ressalta. Depois do resultado, Isadora ficou em casa e seguiu as recomendações médicas. “Aumentamos os cuidados com a limpeza e com as saídas, que aconteciam em situações estritamente necessárias”, afirma.

Monitoramento

Em caso de testagem positiva, o acompanhamento é de extrema importância. A infectologista Ana Helena Germoglio diz que, por meio do monitoramento é feita a devida orientação quanto aos cuidados domiciliares e para os casos que apresentem sinais ou sintomas de piora clínica. “Por isso é tão importante esse controle. Ele serve para que identifiquemos, de forma precoce, os pacientes que têm alguma piora clínica e não notam. Há essa sensibilidade para evitar que o paciente chegue em estado grave ao hospital”, reforça Ana.

A atenção e o monitoramento da arquiteta Letícia Ximenes de Freitas, 25, ajudou o irmão. Após testagem positiva, ela conta que o hospital entrou em contato e auxiliou a família a lidar com a situação.”O hospital retornou depois de uns dias perguntando como ele estava e indicando os cuidados para nos mantermos 14 dias em casa”, conta. “Além disso, ficávamos acompanhando se havia ou não evolução do quadro ou aparecimento de outro sintoma. Ele teve dor de garganta no início, logo passou, e então perdeu olfato e paladar.”

Em nota, a Secretaria de Saúde reforçou que todo exame positivo é inserido no banco de dados para investigação epidemiológica do caso e levantamento das informações do paciente. “As equipes de vigilância epidemiológica que atuam nas unidades públicas de todo o DF fazem o monitoramento desses pacientes por meio de ligações telefônicas para acompanhar a evolução do caso”, diz. O órgão reforçou que, caso o paciente em isolamento apresente piora dos sintomas, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde.

*Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira

Testei positivo, o que fazer?

A Secretaria da Saúde reforça que, caso apresente os sintomas, o paciente pode procurar um dos pontos de testagem por drive-thru ou a unidade básica de saúde mais próxima da sua residência para o atendimento e testagem. Se o exame der positivo para o novo coronavírus, é indicado o imediato isolamento domiciliar, caso ele esteja apenas com sintomas leves. Se os sintomas forem mais graves, o paciente será direcionado para o atendimento médico especializado.

Em caso de diagnóstico positivo para covid-19, siga algumas recomendações:
  • Fique em isolamento domiciliar
  • Utilize máscara sempre
  • Se for preciso cozinhar, utilize máscara de proteção,cobrindo a boca e o nariz o tempo todo
  • Depois de usar o banheiro, nunca deixe de lavar as mãos com água e sabão e sempre limpe as superfícies com álcool e água sanitária
  • Separe toalhas de banho, garfos, facas, colheres e outros objetos para seu uso;
  • O lixo produzido precisa ser separado e descartado
  • Mantenha as janelas abertas para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e a porta fechada. Limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70%

Caso o paciente não more sozinho, os demais moradores devem dormir em outro cômodo, longe da pessoa infectada, seguindo, também, as seguintes recomendações:
  • Manter distância mínima de um metro entre o paciente e demais moradores
  • Limpar os móveis da casa frequentemente com água sanitária
  • Se uma pessoa da casa tiver diagnóstico positivo, todos os moradores também ficam em isolamento por 14 dias
  • Caso outro familiar da casa também inicie os sintomas leves, ele deve reiniciar o isolamento de 14 dias. Em caso de sintomas graves, como dificuldade para respirar, ele deve procurar orientação médica