No momento do incêndio, 10 passageiros estavam no ônibus. Nenhum deles ficou ferido. Mesmo com o veículo em chamas, o motorista Adilson José, 54 anos, conseguiu conduzi-lo até em frente ao Palácio do Planalto e estacioná-lo ali.
Usando muletas e portando uma mochila, o incendiário entrou no ônibus na rodoviária do Plano Piloto. O veículo, da empresa TCB, fazia a linha Esplanada dos Ministérios. Quando se aproximava da Praça dos Três Poderes, gritos dos passageiros anunciaram o "fogo".
O responsável pelo incêndio foi o primeiro a deixar o ônibus, mas não conseguiu fugir. Ele foi pego por seguranças do Palácio do Planalto, que o entregaram à polícia. O motorista do veículo disse que nunca viu nada parecido em 30 anos de profissão. "Esse mundo está louco", afirmou. Ele começou a combater as chamas, com o auxílio de um extintor, mas não teve sucesso.
"O fogo estava concentrado na parte de trás do ônibus. Meu extintor esvaziou e as chamas ainda continuavam. Colegas de outros ônibus tentaram ajudar, brigadistas do Congresso também. Mas as chamas apenas foram apagadas quando a viatura do Corpo de Bombeiros chegou", disse o motorista. Outros motoristas que passavam por ali naquele momento também tentaram ajudar. O fogo só foi controlado quase 10 minutos depois, quando os bombeiros chegaram.
A cobradora Deusilde Santana, 53 anos, contou que, quando as portas se abriram, o incendiário deixou a muleta para trás e foi o primeiro a sair do ônibus. "Ele correu. Gritava 'fora, Bolsonaro!', mas logo foi contido pela polícia. Felizmente, ninguém se machucou. Só não sei a que horas vou chegar em casa hoje", disse a cobradora, que mora em Planaltina.