Cidades

Ministério Público lança campanha de incentivo à coleta seletiva

Durante a pandemia, houve diminuição no volume de resíduos reaproveitados para reciclagem. Órgão quer orientar a população sobre descarte adequado

Correio Braziliense
postado em 25/06/2020 12:05
Criado em 2017, aterro tinha tempo de vida estimado em 13 anos, mas expectativa passou para 10 anos Além do impacto econômico e social, a chegada do novo coronavírus no Distrito Federal mostra também impactos sanitários. Segundo dados reunidos pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), no primeiro trimestre de 2020, houve um aumento do volume de lixo no aterro sanitário de Samambaia.
 
Segundo dados do SLU, o aproveitamento de resíduos levados ao aterro foi de apenas 9% para compostagem, e 4% para coleta seletiva. O restante precisou ser aterrado. Ainda, nos 41 dias em que o serviço de coleta seletiva esteve suspenso, aproximadamente 3,3 mil toneladas de materiais deixaram de ser reaproveitados para reciclagem.
 
Buscando sensibilizar a população para o descarte adequado do lixo, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), lançou, nesta quinta-feira (25/6), uma campanha de incentivo à coleta seletiva. Outro objetivo é orientar sobre a segurança dos catadores.
 
Segundo o MPDFT, de todo o lixo produzido aqui, apenas 4% é separado pela população para a coleta seletiva. Deste volume, 41% são, efetivamente reciclados. Embora tenha sido suspensa temporariamente pelo governo, como medida de prevenção à transmissão de coronavírus, a coleta seletiva já está novamente autorizada, de forma domiciliar, aguardando ainda um plano de segurança e prevenção de risco por parte do GDF.
 
De acordo com o procurador distrital dos Direitos do Cidadão, José Eduardo Sabo, durante a pandemia, o aterro sanitário tem recebido tanto os resíduos recicláveis, quanto os não recicláveis, o que preocupa o ministério, uma vez que o tempo de vida útil do espaço foi reduzido de 13 para 10 anos.

Lixo infectado

A campanha está dividida em etapas. A primeira fase acontece agora, durante o período de isolamento social. Uma série de cards, divulgados nas redes sociais dos órgãos, explicam como lidar com resíduos sólidos de pacientes contaminados por covid-19, que estão em casa.
 
Esses resíduos devem ser colocados em uma lixeira com tampa hermética exclusiva para a pessoa infectada, onde deverá ser descartado o lixo, assim como máscaras e luvas utilizadas por quem tiver contato com o paciente.
 
Ao abrir a lixeira, é aconselhável borrifar uma solução de água sanitária dissolvida em água no conteúdo do saco, que deverá ser fechado e lacrado. Depois, novamente, borrife a solução. Recomenda-se colocar o saco dentro de outro e, antes do descarte, o morador deve colocar um aviso informando tratar-se de lixo contaminante, desinfetado com água sanitária.

Dados

Em 2019, o aterro sanitário de Samambaia recebeu mais de 800 mil toneladas, segundo dados do relatório anual do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Do total, 24,5 mil toneladas (4%) foram recolhidas pelo sistema de coleta seletiva.
 
O aterro foi inaugurado em 2017, tendo custado aos cofres públicos cerca de R$ 45 milhões. O tempo de vida foi estimado pensando em uma demanda de 51 toneladas por mês. Contudo, o relatório finalizado no ano passado mostra que essa média já está em 66 toneladas ao mês.
 
*Com informações do MPDFT 

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