» Liana Sabo
Quando lançou o Complexo Brasil 21, ainda no século passado, o empresário Arnaldo Cunha Campos tinha a exata noção da importância, para a cidade, do primeiro centro multiuso que reúne hotelaria, negócios, gastronomia e diversão. O pioneiro, natural de Uberaba (MG) e que chegou em Brasília um ano depois da inauguração da cidade, em 1961, não resistiu à batalha contra o coronavírus e morreu, ontem, aos 83 anos, depois de oito dias de internação no Hospital DFStar, na Asa Sul.
O sepultamento ocorreu no fim da tarde, no jazigo da família, na ala dos pioneiros no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A cerimônia teve a presença da família e de alguns padres. Muito católico, houve encomendação do corpo. Dr. Arnaldo, como era chamado, deixa quatro filhos — Fabiano, Ana Luisa, Ana Maria e Liliana —, onze netos e a esposa, Maria Josina Lemos de Abreu, com quem foi casado por 55 anos, completados em 18 de abril.
Arnaldo formou-se em medicina no Rio de Janeiro, pela Universidade do Brasil, em 1961, e começou a trabalhar no Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga. Mais tarde, passou para o Hospital da L2 Sul antes de montar sua clínica particular. Esse conhecimento serviu para inspirá-lo a ser um construtor. As primeiras obras foram clínicas e hospitais.
“Arnaldo Cunha Campos foi um médico que se tornou empresário importante para a capital, fazendo muitos empreendimentos, inclusive o Complexo Brasil 21, onde tive o prazer de ser seu sócio”, afirmou o empresário Paulo Octávio. Em 1968, o médico-construtor fundou a Cocitra, representante da fábrica de cimento Cauê. Ele também atuou na construção civil em Portugal e nos Estados Unidos.
Dr. Arnaldo será lembrado, como foi, ontem, pela filha Ana Luisa em carta à família: “Deus me deu um pai que foi exemplo e presença na minha vida.”