Cidades

CEB renegocia dívidas

Companhia lança Programa Recupera 2020, que garante condições especiais para clientes quitarem débitos contraídos antes e durante a pandemia. Poderão aderir à iniciativa consumidores das classes residencial, comercial, rural e industrial


A Companhia Energética de Brasília (CEB) lança, amanhã, nova edição do Programa Recupera, voltado para comerciantes e clientes afetados pela pandemia do novo coronavírus. A iniciativa garantirá a renegociação de mais de 563 mil contas inadimplentes, antes e durante a crise epidemiológica. O plano prevê a isenção das multas e dos juros incidentes sobre as contas de luz em atraso, além da possibilidade de parcelamento dos valores em aberto. De acordo com as regras, poderão aderir ao programa todos os clientes das classes residencial, industrial, comercial e rural com faturas em aberto no sistema, independentemente de estarem vencidas ou não.

Levantamento da CEB constatou que, no período da pandemia, os débitos atrasados somam cerca de R$ 65 milhões. Segundo o presidente da companhia, Edison Garcia, os mais afetados foram os comerciantes. “Desde que começamos a sentir os efeitos da pandemia, fizemos um acompanhamento a cada mês. Verificamos que há uma quantidade de clientes com dificuldades de pagamento em suas contas de energia, seja porque fecharam as suas atividades, no caso do comércio, seja porque a pessoa tenha tido uma diminuição na sua renda familiar. Então, tomamos a decisão de fazer um programa de parcelamento”, disse Garcia.

O programa ficará disponível até o fim de agosto. Quem tiver contas atrasadas poderá parcelar os débitos em até seis vezes iguais, sem juros, com entrada de 20% e abatimento de 100% dos juros e multa por inadimplência. Há, também, a opção de parcelamento em 12 vezes iguais, sem juros, com entrada de 40% e abatimento de 50% dos juros e multa por inadimplência ou em 12 vezes, com índices de 0,50% e entrada de 20%. Caso o montante seja renegociado em 13 a 36 parcelas, há incidência do índice de financiamento, com juros de 0,80% e entrada de 20%. Nos casos de débitos acima de R$ 30 mil, será exigido um avalista.

Devido à inconstância do período de pandemia, a CEB não conseguiu prever qual será o montante arrecadado com o programa, mas Garcia garante que contribuirá tanto para o cliente quanto para a companhia. “É um projeto que atende a todos os clientes e ajuda a empresa no recebimento da energia que foi consumida e que não foi paga”, completou o presidente.

Benefício

A microempreendedora Cleide Souza enfrentou dificuldades no pagamento de algumas contas. Para manter o seu salão de beleza, ela teve que definir quais contas pagar. “Com o início da pandemia, eu me vi em uma situação supercomplicada, porque eu não tinha nenhum capital guardado. Então, priorizei a comida e o pagamento da sala comercial. O restante ficou pendurado. O dinheiro que eu tinha para pagar a fatura do cartão foi o que eu usei para pagar o aluguel do ponto comercial”, revelou.

Diante de pendências financeiras, o parcelamento pode ser a solução para evitar problemas futuros, segundo o economista William Baghdassarian. O especialista explica que, com o impacto causado pela pandemia, oportunidades de crédito ajudam. “O refinanciamento dá um alívio de caixa no mercado, principalmente, para os mais prejudicados, como comerciantes e profissionais informais”, disse. “Nesse caso, cabe à pessoa avaliar se é melhor parcelar ou não. Mas é importante ficar atento, pois é uma dívida que a pessoa terá de pagar de todo jeito mais a frente, e será bem maior no futuro”, alertou.

Adesão
Para aderir ao Programa Recupera 2020, o cliente deve acessar a Agência Digital da CEB (www.agenciadigital.com.br), clicar em “Serviços Expressos”, depois selecionar a opção “Parcelamento de Débitos” e preencher todos os dados solicitados. Após análise, a resposta será enviada para o e-mail cadastrado em até três dias úteis. Em caso de dúvidas o interessado pode entrar em contato por meio do telefone 116.