Em três meses, o setor privado de diagnósticos do Distrito Federal adquiriu 200 mil testes para a detecção do novo coronavírus. O dado foi apontado por um levantamento realizado pelo Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab-DF), entre 11 de março e 11 de junho. Ao todo, a capital tem 172 empresas do ramo e 282 unidades de saúde, associadas ao sindicato, que foram abastecidas com os exames.
Com a pandemia da covid-19 e o crescimento contínuo dos casos no DF, a demanda nos laboratórios para detectar a doença corresponde a 40%. Segundo o sindicato, os dois principais tipos de testes estão disponíveis para a população: os de detecção direta, através de PCR (detecção de RNA viral), e os testes rápidos por imunocromatografia (detecção de anticorpos IgM e IgG).
“É uma marca histórica tendo em vista que, há pouco mais de 75 dias, as incertezas não nos permitiam saber se conseguiríamos oferecer testes suficientes para a população do DF diante da escassez dos kits prontos e insumos por causa da alta demanda global”, ressalta o presidente do Sindilab, Alexandre Bitencourt.
Dos dois testes disponibilizados na rede privada de diagnósticos, associada ao Sindilab, o PCR tem custo médio de R$ 280 a R$ 300 reais. Apesar de mais caro, tem o diagnóstico tecnicamente mais assertivo. Ele responde por uma fatia menor do volume total de testes, atingindo a marca de 30% da demanda no setor. Deste, 80% foram custeados por planos de saúde.
Já o teste sorológico, que custa entre R$ 150 e R$ 200 reais, corresponde aos 70% restantes dos exames realizadod. Essa é a opção mais procurada pelo próprio paciente ou pelo empregador. “A gente ficou feliz com a procura, porque mostra que a iniciativa privada tem condições de atender à demanda de Brasília, que é a maior cidade do Brasil de plano de saúde per capita”, disse Alexandre.
Cobertura
Os planos de saúde podem cobrir apenas o teste PCR. Para realizá-lo, é necessário ter um pedido médico contendo a indicação específica e Classificação Internacional de Doença (CID), para que o plano autorize a cobertura. “Por ser mais complexo, mais específico e, consequentemente, mais caro o acesso acaba sendo mais restrito”, explica Alexandre.
O PCR pode ser realizado com a coleta da secreção nasofaringe mesmo com o paciente assintomático, pois a partir do quinto dia de contaminação é possível, pela amplificação do material genético, a detecção do vírus vivo na secreção coletada. O Sistema Único de Saúde (SUS) considera um paciente positivado para o novo coronavírus caso tenha feito o PCR. Geralmente, ele é realizado após o paciente passar pelo testes rápidos.
De acordo com o Sindilab, mais de 50% das empresas do setor instaladas no DF têm realizado testes a pedido de clínicas e hospitais da rede privada. O levantamento do sindicato aponta ainda que quase 100% das empresas têm oferecido serviços, como drive-thru no próprio local ou coleta na residência dos funcionários. “A demanda por atendimento externo quadruplicou em maio no comparativo com o mês de abril”, afirma Bitencourt.
Qual teste devo fazer?
Para esclarecer a população sobre qual dos dois tipos de testes disponíveis realizar, o presidente do Sindilab ressalta que depende do caso e que o importante é buscar a orientação de um médico ou de um profissional de empresas laboratoriais ou de diagnóstico.
“Depende da fase diagnosticada da doença. Se estamos falando da fase aguda, o melhor exame é o por PCR, que analisa o material genético do vírus. Por outro lado, se o paciente já não está mais sintomático e quer saber se já teve a doença, o melhor exame é o por sorologia, onde se analisa a dosagem de anticorpos no sangue”, explica Alexandre.
Segurança
Saiba Mais
“Além disso, estamos falando de profissionais apaixonados pela profissão. Gente que trabalha 24 horas por dia. São pessoas que ajudam muito, desde o primeiro dia e que, muitas vezes não são lembradas. E fazem tudo isso por paixão, por vocação”, elogia o presidente do Sindilab.