O bolsonarista e psicólogo Renan de Morais Souza será transferido para a Superintendência da Polícia Federal, ainda na noite desta quarta-feira (17/6). O acusado tinha um mandado de prisão temporário em aberto, pelo período de cinco dias, expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele foi detido após atirar fogos de artifício contra a Penitenciária Feminina, a Colmeia, juntamente com Geovani Furtado Rodrigues, companheiro de Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara Winter.
Conforme apurado pelo Correio, Renan é suspeito de participar e articular ataques contra o STF. Ele integra o grupo radical “300 do Brasil”, liderado por Sara Winter, e participou do ato do último sábado (13), quando manifestantes jogaram fogos de artifício contra o prédio do Supremo. O acusado é investigado no mesmo processo que culminou na prisão de Sara Winter.
O mandado de prisão em aberto contra Renan foi cumprido por Adval Cardoso, delegado e secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal, pelo delegado Erito Pereira da Cunha, e policiais penais que estavam na Colmeia acompanhando a transferência de Sara Winter.
“Quando escutamos os fogos de artifício, descemos para apurar o que tinha acontecido. Nesse momento, vimos os suspeitos correndo e entrando em um carro. Eles tentaram fugir, no entanto, nossa equipe os alcançou após poucos metros. Portanto, os prendemos e os encaminhamos para serem autuados na delegacia da área”, explica Adval Cardoso.
Na 20ª Delegacia de Polícia (Gama), os agentes confirmaram o mandado de prisão contra Renan e o cumpriram. Como Geovani Furtado só estava envolvido no ataque à Colmeia, ele assinou um termo circunstanciado, se comprometendo a comparecer perante o juiz quando convocado, e foi liberado em seguida.
Líder do “300 do Brasil”
A líder do grupo de extrema direita “300 do Brasil”, Sara Winter, foi levada para a Colméia no início da tarde desta quarta-feira (17). A bolsonarista foi alvo de um mandado de prisão temporária em uma operação da Polícia Federal que investiga organizadores e financiadores de atos antidemocráticos no país. Além disso, a suspeita também foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por injúria e ameaça, praticados de forma continuada, contra o ministro Alexandre de Moraes.
As acusações ocorreram em outro inquérito, do STF, de combate às fake news. Sara Winter foi alvo de busca e apreensão em 27 de maio. À época, disparou ofensas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal. Disse que queria trocar socos com o magistrado, o chamou de “covarde” e afirmou que descobriria tudo sobre a vida de Alexandre de Moraes, incluindo os lugares que ele frequenta. “Nunca mais vai ter paz na sua vida”, ameaçou.
Na denúncia, o procurador da República Frederick Lustosa relata que Sara “utilizou-se das redes sociais para atingir a dignidade e o decoro do ministro, ameaçando de causar-lhe mal injusto e grave, com o fim de constrangê-lo”. Se condenada, ela pode ser obrigada a pagar R$ 10 mil ao ministro Moraes por danos morais.